Pelo menos 38
pessoas morreram cinco pessoas morreram e cerca de 170 mil ficaram
desalojadas devido ao ciclone Kenneth, que fustigou o norte de Moçambique. Os
dados foram anunciados pelo Governo de Moçambique na tarde da segunda-feira
(29.04). Segundo informações do correspondente da DW na província de Cabo
Delgado, um deslizamento de terra soterrou habitações em Pemba e resultou
na morte de três pessoas.
Segundo os dados
oficiais, mais de 31 mil casas ficaram parcialmente destruídas e mais de 3.800
foram destruídas na sua totalidade. O ciclone também causou estragos em cinco
unidades sanitárias e em 75 salas de aula.
Na província de
Cabo Delgado, os distritos mais afectados foram Macomia e a ilha do Ibo, onde o
mau tempo destruiu infraestruturas e habitações, deixando muitas famílias sem
abrigo. Alguns bairros da capital provincial, Pemba, ficaram inundados devido à
chuva forte que caiu na madrugada de domingo, três dias depois do ciclone
Kenneth atingir a região. Algumas das vias de acesso que ligam os bairros da
cidade ficaram submersas e esburacadas. "Não estamos a ver onde dormir.
Ficámos sem nada, por isso pedimos ajuda. Não temos comida", contou à DW
uma mãe em Pemba, que tem a seu cargo uma família de cinco pessoas.
O alerta de mau
tempo continua, segundo a delegada provincial do Instituto Nacional de
Meteorologia em Cabo Delgado, Ângela José Chimbana: "Esperamos a
continuação de chuvas em regime moderado e que poderão também ocorrer em regime
forte", afirmou. "Os ventos poderão soprar com rajadas, até 50 km/h.
Em relação ao estado do mar, temos ondas que ainda atingem 2 a 2,5 metros de
altura, e essas ondas poderão intensificar no dia 29."
O governo e os
parceiros já desenharam no último sábado (27.04) o plano de ajuda humanitária,
que prevê a montagem de tendas para albergar as famílias que perderam quase
tudo e que agora estão nos centros de acolhimento, a precisar de assistência
médica e alimentar, além de material escolar e sementes.
Como
consequência do Kenneth, mais 31.000 hectares de culturas diversas foram dados
como perdidos e será necessário apoio em sementes para relançar a época agrária.
Durante as visitas efectuadas pelo primeiro-ministro moçambicano aos centros de
acolhimento na cidade de Pemba, algumas famílias já pediam para regressar às
suas casas. Em resposta, Carlos Agostinho do Rosário ordenou a edilidade local
a encontrar uma solução urgente para o seu reassentamento, logo que o estado de
tempo melhorar.
"Já demos
instruções também para que, quando chegarem lá, a primeira coisa [a distribuir
sejam as] sementes. Vamos continuar a dar comida, mas não queremos sempre
comida que é dada por pessoas, queremos ter a nossa comida. Vamos distribuir
sementes", disse o primeiro-ministro.
A Organização
das Nações Unidas avisa que os próximos dias podem trazer inundações
devastadoras e anunciou uma ajuda de emergência de 13 milhões de dólares para
Moçambique e para as ilhas Comores, também atingidas pelo ciclone Kenneth. O
dinheiro destina-se à distribuição de água potável e comida e à realização de
reparações nas infraestruturas danificadas pelo mau tempo.
A principal
estrada que liga a cidade Pemba ao resto do país está cortada devido à chuva
forte da madrugada e manhã deste domingo (28.04). O trânsito está condicionado
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Fonte: DW
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