O calor que se vai fazer sentir nos próximos dias levou a Protecção Civil e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a darem, esta terça-feira, uma conferência de imprensa conjunta na qual alertaram para as medidas preventivas a implementar. A ANPC vai passar 13 distritos do país a estado especial de alerta de nível vermelho por causa do tempo quente e do risco de incêndios. Os termómetros deverão chegar aos 40 graus em vários locais.
Os distritos sob alerta
vermelho entre as 00h00 de quarta-feira e 23h59 de domingo são Aveiro,
Braga Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Portalegre, Porto, Santarém,
Viana do Castelo Vila Real e Viseu. Já Beja, Faro, Évora, Lisboa e Setúbal
passam a estar sob o alerta especial laranja.
“Estamos perante aquele que pode
ser considerado o período com maior risco de incêndio derivado não só dos
comportamentos das pessoas em espaços rurais, mas também daquilo que é a
dificuldade do combate”, explicou, no final da conferência de imprensa, o
comandante nacional da Protecção Civil, Duarte Costa.
“Apelo a todas as pessoas para
evitarem comportamentos de risco e para evitarem todo o comportamento que tenho
o uso do fogo em espaços rurais, porque a única forma de garantirmos que não
vai haver incêndios é se não houver ignições”. Duarte Costa referiu ainda
que existem mais de 11 mil operacionais que estão em todo o território
“a postos para qualquer tipo de resposta que venha a ser solicitada pela
Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Dias e
noites quentes – No fim de semana, no território continental “prevêem-se
valores de temperatura bastante elevados, que poderão atingir cerca de 40
graus na região Sul e Vale do Tejo”, sendo que na maioria do território os
termómetros ultrapassarão os 30 graus de temperatura máxima, explicou Nuno
Moreira, meteorologista do IPMA. As noites também vão ser quentes, com as
temperaturas mínimas nunca inferiores aos 20 graus na maioria dos distritos.
“A combinação destes parâmetros
resulta em valores elevados do perigo meteorológico de incêndio e,
consequentemente, de risco muito elevado e máximo numa grande parte do
território”, acrescentou.
"Educação
para o risco" – “A principal medida que existe no país (…) dentro
daquilo que é a prevenção, é a educação para o risco”, pois “as pessoas têm
de ter consciência de que têm de ser agentes da protecção civil”,
considerou Carlos Mourato Nunes, presidente da Autoridade Nacional de Protecção
Civil (ANPC). O alerta vermelho hoje activado
tem o objectivo de diminuir o grau de risco ao levar a uma adopção de medidas
preventivas por parte da população.
Mourato Nunes salientou a
importância de “aumentar a vigilância e a fiscalização” por terra e por ar,
algo que a Protecção Civil se compromete a fazer durante os próximos dias. “Isto
é extremamente importante e é uma alteração substantiva relativamente à
metodologia que vinha sendo seguida, em que apenas fazíamos vigilância aérea”,
acrescentou.
A ANPC considera a sensibilização
da população um factor essencial e defende que “não se pode arriscar” nem
ter comportamentos de risco perante o agravamento das condições
meteorológicas. “É esta linha de pensamento que está subjacente a todas as acções”,
frisou Mourato Nunes, que elogiou ainda o “excelente trabalho que tem sido
feito ao longo do ano pelos agentes de Protecção Civil”, bombeiros e restantes
operacionais.
GNR reforça patrulhamento – A GNR é outra das
entidades que, esta terça e quarta-feira, irá reforçar a vigilância,
fiscalização e o patrulhamento terrestre em todo o território continental de
modo a prevenir incêndios florestais. A GNR lembra que, no período crítico de
calor, é necessário continuar a adoptar as medidas e acções especiais de
prevenção de incêndios florestais, pelo que irá sensibilizar a população para
as proibições nos espaços florestais e agrícolas, nomeadamente fazer queimas
ou queimadas, fumar, fazer lume ou fogueiras, lançar foguetes e balões de mecha
acesa e fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem
equipados com dispositivos de retenção de faúlhas.
Outras proibições incidem sobre a
circulação de tractores, máquinas e veículos de transporte pesados que não
possuam extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos
tubos de escape ou chaminés. Atendendo aos perigos de incêndio, a GNR aconselha
ainda população a que, em caso de incêndio, ligue de imediato para o 112,
transmitindo de forma sucinta e precisa a localização, a dimensão estimada e a
forma de acesso mais rápida ao local.
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Fonte: RTP Notícias
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