Depois do calor das últimas semanas, se o
frio e as geadas regressarem, isso seria catastrófico para árvores de fruto
como as amendoeiras que já floriram em várias áreas de Portugal.
E num ápice,
parece que já estamos na Primavera. As flores desabrocham na natureza com a
maior simplicidade, fruto das temperaturas altas que favorecem a sua eclosão. A
Península Ibérica está por esta altura mergulhada numa monotonia anticiclónica
que trouxe às nossas latitudes uma Primavera antecipada.
Existe, assim,
alguma preocupação a nível agrícola, devido à escassa precipitação das
últimas semanas, temendo-se que a seca meteorológica volte a agravar-se,
especialmente nas regiões do Alentejo e Algarve, territórios onde pouco choveu
nos últimos meses. O frio também tem estado ausente, denotando um
panorama meteorológico anómalo já que como ainda estamos no Inverno climatológico,
o normal seria estar tempo frio e chuvoso. Quanto ao Norte e Centro do país,
para já os actuais níveis de água no solo vão subsistindo, não havendo motivos
de preocupação.
Quanto à
temperatura, há vários pontos do país, sobretudo no sul cujos termómetros
superam os 20 ºC quase diariamente. Falar em neve nesta altura é
utópico, dada a temperatura e pressão do ar. É praticamente nula, e cai muito
raramente, somente às cotas mais elevadas é que surge, afastando os habituais
turistas da neve de Serras como as da Estrela e da Peneda-Gerês.
Mudanças à vista para a segunda quinzena de Fevereiro? A intensa e persistente circulação zonal que está nas latitudes altas, é a responsável por este tempo, apresentando uma corrente em jacto sem ondulações. Isto traduz-se num ‘comboio’ de poderosas depressões atlânticas que atingem em cheio a Islândia, as Ilhas Britânicas e o noroeste da Europa. No sul, os anticiclones prosseguem uma dinâmica semelhante, com uma constante produção das altas pressões.
Será que
a situação muda na segunda quinzena de Fevereiro? Será que o Inverno
climatológico se vai despedir com frio, chuva e nevões no nosso país? As
previsões a longo prazo do ECMWF, o nosso modelo de confiança pela fiabilidade, não
apontam nesse sentido. Tudo sugere que as tempestades continuem a
circular muito a norte, pelo menos até dia 20, chegando ao norte peninsular
somente frentes atlânticas débeis e agitação marítima.
Com
excepção de domingo dia 16 e segunda-feira dia 17, o tempo vai continuar
estável, seco e ameno. O anticiclone permanecerá forte, bloqueando os centros
depressionários nos próximos dias. Os mapas hipotetizam que, após
isso, alguma ondulação na corrente de jacto (jet stream) possa aparecer, levando
potencialmente à formação de alguma bolsa de ar frio nas redondezas da
Península Ibérica. É, contudo, cedo demais para prever essas situações. As
cartas sinópticas podem mudar numa questão de 48 ou 72 horas.
Alfredo Graça
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Fonte (Imagem e
texto): Tempo pt
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