Na sequência de
episódios de precipitação forte em finais de 2009 e durante o ano de 2010, em
particular aquela que esteve associada à bem conhecida tempestade que assolou a
Ilha da Madeira no dia 20 de Fevereiro de 2010, reconheceu-se desde logo que
seria indispensável reforçar a observação meteorológica na Madeira, em
particular a rede de estações meteorológicas automáticas (EMAs).
No dia 20 de Fevereiro
de 2010, o Arquipélago da Madeira contava com 9 EMAs, das quais 2 tinham sido
instaladas em 2009 (Caniçal e Santa/Lombo da Terça). Hoje o Arquipélago da
Madeira conta com 21 EMAs as quais permitem acompanhar em tempo real (hora a
hora) o estado do tempo, em particular no que se refere a episódios de precipitação
forte, temperaturas do ar altas e vento forte.
Atendendo à
ausência de observações no mar, reconheceu-se também que seria indispensável a
instalação de um radar meteorológico e de uma rede de detectores de trovoadas
que permitissem, atempadamente e por observação remota, diagnosticar e
acompanhar a evolução do estado do tempo, particularmente no que se refere à
precipitação.
Assim, com o apoio financeiro de projectos, submetidos ao POSEUR, foi possível a instalação de um radar meteorológico de dupla polarização durante o ano de 2017, tendo entrado em funcionamento operacional no dia 1 de Janeiro de 2018, a instalação, em meados de 2019, de um novo sistema de observação em altitude (MW41) que permite a utilização de radiossondas de última geração e ainda, a instalação de uma rede de detectores de trovoadas durante o ano de 2019, a qual se encontra em fase pré-operacional, mas cuja entrada em funcionamento operacional está prevista para meados de Março de 2020.
Assim, com o apoio financeiro de projectos, submetidos ao POSEUR, foi possível a instalação de um radar meteorológico de dupla polarização durante o ano de 2017, tendo entrado em funcionamento operacional no dia 1 de Janeiro de 2018, a instalação, em meados de 2019, de um novo sistema de observação em altitude (MW41) que permite a utilização de radiossondas de última geração e ainda, a instalação de uma rede de detectores de trovoadas durante o ano de 2019, a qual se encontra em fase pré-operacional, mas cuja entrada em funcionamento operacional está prevista para meados de Março de 2020.
Acresce que a
ilha da Madeira apresenta características únicas em Portugal, devido ao facto
de ter dimensões relativamente reduzidas, apresentar uma montanha com uma
altitude máxima da ordem dos 1850 m, declives muito acentuados e ainda, uma
orientação perpendicular à circulação predominante de norte/nordeste. Neste
contexto, os modelos numéricos de previsão do tempo apresentam algumas
limitações, as quais advêm, nomeadamente, da representação simplificada da
topografia da ilha. Deste modo, todos os sistemas de observação referidos
permitiram melhorar os desempenhos dos modelos do ECMWF e AROME para a região
da Madeira, assegurando, por exemplo, a diminuição dos erros de previsão de
parâmetros junto à superfície como a temperatura, humidade relativa e vento,
bem como o acompanhamento das zonas onde ocorre precipitação, na qual se inclui
a queda de neve.
Outro projecto
relevante e transversal, financiado pelo POSEUR, e em implementação no
IPMA/sede, consiste num novo Sistema de Visualização Integrada de informação
meteorológica que permitirá aos meteorologistas que têm a seu cargo a
vigilância e previsão do estado do tempo em todo o território nacional,
melhorar a qualidade dos serviços prestados à população em geral, aos órgãos de
comunicação social e à Protecção Civil, no que se refere essencialmente à segurança
de vidas e bens, designadamente em situações de elevada perigosidade
meteorológica.
Uma análise
geral ao que tem sido feito na RAM e a nível nacional, permite-nos reconhecer
que houve melhorias significativas nos meios de observação e da previsão, para
além da reformulação da emissão de avisos meteorológicos no Arquipélago da
Madeira que, em princípio, nos podem deixar mais seguros, embora não possa ser
posta de parte a elevada vulnerabilidade aos fenómenos extremos, já vividos e
que com certeza estarão associados às alterações climáticas, bem visíveis pelo
aumento da temperatura média do ar, ondas de calor mais frequentes e alteração
substancial dos padrões da precipitação e do vento.
De referir que o
maior valor da precipitação anual no Funchal foi registado em 2010 (1477,0 mm)
e o mais baixo em 2019 (244,5 mm). A temperatura média anual no Funchal em 2019
foi 20,6 °C, igual ao valor registado em 2004 (20,6 °C), sendo estes os maiores
valores médios anuais registados desde 1865.
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Fonte: IPMA
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