Uma massa de ar quente e húmido,
transportado na circulação de uma depressão localizada a oeste da Península
Ibérica tem afectado o território do continente nos últimos dias. Durante a
madrugada do dia 15 de Abril, à passagem de uma linha de instabilidade com
convecção organizada pelo sul do território, foram observadas diversas
perturbações convectivas do tipo supercélula. Uma destas perturbações, cuja
assinatura no campo da reflectividade, em baixa elevação, se pode observar nas
imagens de radar, produziu um tornado, à sua passagem pelas vizinhanças de Nave
do Barão, Salir, concelho de Loulé, Algarve.
Segundo o relato de testemunhas e
a documentação que enviaram para o IPMA, o tornado terá mantido o contacto com
o solo numa extensão aproximada de 2000 metros e uma largura que alcançou até
150 metros nas áreas de maior destruição verificada. O fenómeno, de que não foi
feita observação visual, deslocou-se numa direcção de sudoeste para nordeste,
de acordo com a propagação da nuvem-mãe, tendo ocorrido com grande
probabilidade pelas 05:25 UTC (06:25 hora local) de dia 15, conforme a
observação radar documenta. A destruição causada (em habitação, terrenos
agrícolas e árvores) ao longo de um trajecto de destruição, deu origem a
efeitos avaliados com intensidade F1 na escala de Fujita, correspondendo a
intensidade T3 na escala TORRO, isto é rajada estimada na gama 42-51 m/s.
O IPMA deixa o seu agradecimento
a Bruno Gonçalves, Eurico Gomes e Joni Iven, pelos elementos enviados e
esclarecimentos prestados acerca deste episódio. A probabilidade de um tornado
ser observado numa estação meteorológica é extremamente baixa. Embora se trate
de um fenómeno que pode ter um forte impacto, é de muito pequena escala, sendo
observado em áreas muito restritas. Só com a contribuição preciosa destes
relatos é possível avaliar as características deste tipo de fenómeno, o impacto
que tem no território e na população e as condições em que se forma.
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Fonte: IPMA
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