O PSD avançou
com uma comissão parlamentar de inquérito (potestativa, isto é, obrigatória)
para apurar as “responsabilidades políticas” do Governo no processo de
recuperação de habitações e empresas atingidas pelos incêndios de Pedrógão
Grande. O objectivo da
iniciativa é “apurar as responsabilidades políticas do Governo” sobre os apoios
à recuperação de habitações, empresas, equipamentos públicos e privados e
reposição do potencial produtivo da região” afectada pelos incêndios de 2017,
justificou Carlos Peixoto, vice-presidente da bancada do PSD. A iniciativa foi
apresentada esta tarde, no Parlamento, e é subscrita por 46 deputados
sociais-democratas, o mínimo exigido por lei para que a comissão de inquérito
seja obrigatória, e não sujeita a votação.
O
deputado referiu, por exemplo, que deveriam ser reconstruídas 169 habitações e
acabaram por ser reconstruídas mais 90, quase 260. “É preciso perceber porquê”,
disse, depois de lembrar que, na sequência de um relatório do Tribunal de
Contas, o PSD dirigiu perguntas ao Governo, que não foram respondidas. Em causa
estará o fundo que resultou de donativos particulares e que ronda os sete
milhões de euros.
Questionado
sobre quais as suspeitas precisas que incidem sobre o processo de
recuperação, Carlos Peixoto rejeitou tratar-se de uma “caça às bruxas” e
sublinhou a falta de transparência no processo. “Se o fundo tem um destino que
não é conhecido de todos, nós temos a obrigação de perceber onde foi gasto.
Estamos preocupados e temos de agir”, disse.
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