O mau tempo que
se fez sentir ao final da tarde de quarta-feira no concelho de Valpaços, com
trovoadas e queda de granizo, causou perdas enormes nas culturas como vinhas,
olivais e castanheiros, disse hoje o presidente da câmara. "É o trabalho
de um ano que foi por terra. Não só na vinha, mas também nos olivais, pois
pouca azeitona ficou no ar, nos produtos hortícolas e ao nível da
castanha", destacou o autarca de Valpaços, no distrito de Vila Real,
Amílcar Almeida.
O presidente da
câmara falava durante a visita ao final da
manhã à freguesia de Argeriz, que foi afectada pelo mau tempo que se fez sentir ao final
da tarde de quarta-feira, com fortes trovoadas e queda de granizo, inclusive
com a queda de pedras de gelo de grandes dimensões. Durante a tarde, Amílcar
Almeida está a visitar a zona de Carrazedo
Montenegro, também no concelho de Valpaços, para ver de perto os estragos do
mau tempo na produção de castanhas.
O autarca explicou que neste momento ainda está a
realizar a contabilização dos estragos sentidos naquele sector primário. E acrescentou que já promoveu uma
intervenção junto da Direcção Regional de
Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), no
sentido de "fazer com que os agricultores continuem a acreditar que este
território tem de continuar a ser povoado". "Espero bem que o
Ministério da Agricultura olhe para esta gente do interior que teimosamente quer continuar a viver neste
território", disse ainda.
Para o
presidente da Câmara de Valpaços, este
"é um território excelente para a agricultura" e que "contribui
com excelentes produtos" para o mercado nacional e internacional. Amílcar
Almeida referia-se à produção de azeite no concelho, que representa 30 milhões
de euros para a economia local, e à produção de castanha, que tem um peso de 50
milhões de euros.
O autarca manifestou ainda "total
solidariedade" com os produtores, realçando o período difícil vivido
também devido à pandemia de covid-19. "Temos sentido imenso a crise
motivada pela pandemia neste território, na
nossa economia e nos nossos produtos. O vinho está sem escoamento, pois os
restaurantes estiveram muito tempo fechados e a trabalhar com
dificuldades", apontou. E lembrou que os estragos registados na quarta-feira
aconteceram perto da altura das vindimas e apanha das azeitonas, quando "o
trabalho estava feito".
Também presente
na visita a algumas das produções afectadas,
o presidente da Junta de Freguesia de Argeriz,
Jorge Martins, explicou que existe um "desânimo
total" entre os produtores. "Toda a gente tinha os campos e culturas
bem organizadas, sem ervas, tratados, com frutos lindos e em meia hora
perdeu-se todo o trabalho. Já o ano é atípico, em que os produtos não têm
venda, e é um desânimo para os agricultores",
sublinhou. Jorge Martins explicou ainda que as freguesias limítrofes do
concelho de Valpaços também sofreram com a intempérie.
Abel Moutinho,
um dos produtores afectados, explicou que em
pouco mais de 10 minutos a trovoada e a pedra forte que caiu "do tamanho
de ovos de aves" causaram "uma grande destruição". "A minha
vinha está completamente destruída e o mesmo aconteceu nos olivais e outras
culturas, como nas hortas, com os pimentos, feijões e tomates a ficarem todos
destruídos", contou.
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Fonte: Notícias ao Minuto
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