Um total de 15 incêndios activos
em Portugal continental estão a mobilizar 1.700 operacionais, apoiados por 546
viaturas e 16 meios aéreos de “ataque ampliado”, disse o segundo comandante
nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), André
Fernandes, num balanço transmitido esta quinta-feira ao final da tarde pela
RTP3.
“Os incêndios, neste momento, que
nos preocupam mais: o de Mirandela, no distrito de Bragança; Torre de Moncorvo,
também em Bragança; temos Sernancelhe, no distrito de Viseu; Alijó, no distrito
de Vila Real; Sabugal, no distrito da Guarda; Fundão, em Castelo Branco; e o
incêndio de Porto de Mós, que lavra desde as duas da manhã, que neste momento
está quase a entrar na fase de dominado, assim como o incêndio de Mirandela, no
distrito de Bragança”, detalhou o responsável operacional.
Segundo André Fernandes, esta
quinta-feira já houve registo de um total de 113 ocorrências deste tipo, que já
levaram à mobilização de um total de 4.600 operacionais, numa altura em que o
país se encontra em estado de alerta devido ao vento forte e às temperaturas
elevadas.
“Hoje [quinta-feira] foi um dos
dias mais complicados do ano devido ao número de ignições que deflagraram ao
longo do dia. Amanhã também será um dia complicado”, previu ainda o
responsável.
Chamas cercam aldeia de Estevais
em Torre de Moncorvo – O presidente da câmara Moncorvo disse esta quinta-feira
que a aldeia dos Estevais está cercada pelas chamas e reclama o apoio de meios
aéreos para ajudar no combate ao fogo que já destruiu “alguns” palheiros nas
proximidades da localidade. “O fogo já destruiu alguns palheiros nas
proximidades de Estevais e a aldeia está cercada pelas chamas. São precisos
meios aéreos neste local”, concretizou à Lusa Nuno Gonçalves.
Já o Comandante Operacional
Distrital de Operações e Socorro (CODIS) de Bragança, João Noel Afonso, avançou
que a situação “está complicada” devido ao vento que se faz sentir e às altas
temperaturas no fogo que lavra em duas frentes. “As condições atmosféricas não
estão ajudar a progressão dos operacionais no terreno, que já por si é
acidentado. O fogo lavra em duas frentes”, indicou o CODIS. O alerta para o
incêndio que lavra na União de Freguesias de Adeganha e Cardanha foi dado às
14h41.
Idosos retirados de aldeias em
Sernancelhe - Mais de 300 operacionais
combatiam às 18h45 desta quinta-feira o incêndio de Sernancelhe, distrito de
Viseu, onde já foram retiradas pessoas idosas de algumas aldeias para lugares
mais seguros, informou à agência Lusa o comandante distrital da Protecção
Civil. “O incêndio está activo, há muito vento em constantes mudanças de rumo e
há aldeias no sentido de progressão do incêndio. Estamos, neste momento, a
reposicionar meios para salvaguardar essas aldeias de onde já foram retiradas
pessoas idosas para lugares seguros”, relatou o responsável do Comando
Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu.
Miguel Ângelo David adiantou que
estão também a ser “feitos trabalhos com maquinarias para abrir acessibilidades
para combater o incêndio”, uma vez, além do vento forte, há dificuldades com “o
terreno acidentado e irregular”. O comandante disse ainda que “há esperança de
diminuição do vento com o aproximar da noite – pelo menos são essas as
previsões, de um ligeiro abrandamento e [vento] mais constante”.
O alerta deste fogo em mato,
pinhal e fenos foi dado às 12:02 e às 18:45 estavam no local, segundo Miguel
Ângelo David, “310 operacionais apoiados por três meios aéreos, três máquinas
de rasto e dezenas de viaturas”. O presidente da Câmara Municipal de
Sernancelhe contou à agência Lusa que o incêndio “está essencialmente em
Carregal, Lapa, Penso e Vila da Ponte, ou seja, são as freguesias de maior
risco”.
“Estivemos na iminência de
evacuar a aldeia de Santo Estêvão, na freguesia de Carregal, mas acabou por não
ser necessário. Estamos preparados, com todos os meios, para o fazer a qualquer
momento. Vai depender muito do vento e do rumo do incêndio”, explicou Carlos
Silva Santiago.
Fogo no Sabugal tem três frentes activas
– O incêndio no Sabugal que deflagrou esta quinta-feira numa zona de mato em
Santo Estêvão e Moita e continua com três frentes activas. Os ventos
irregulares estão a dificultar o combate às chamas, informou a Protecção Civil.
“O incêndio está activo, em três frentes, mas não há localidades em risco”,
disse à agência Lusa, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS)
da Guarda. A fonte adiantou ainda que o fogo continua a lavrar numa zona de
mato e os ventos irregulares que se fazem sentir no local estão a prejudicar o
combate às chamas.
Fogo no Fundão corta Nacional 238
– O incêndio que está a lavrar desde as 13h58, num povoamento florestal em
Bogas de Baixo, Fundão, cortou a Estrada Nacional 238, entre o cruzamento de
Urgueira e Janeiro de Cima, informou a Protecção Civil. “Neste momento, não há
localidades em risco. O incêndio obrigou ao corte da Estrada Nacional 238,
entre o cruzamento da Urgueira e Janeiro de Cima”, explicou à agência Lusa
fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco. A
fonte adiantou ainda que o vento irregular que se faz sentir na zona está a
dificultar o combate às chamas.
Flávio Nunes, Fátima Castro e
Lusa
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Fonte: ECO – Economia Online
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