O incêndio que ocorreu na serra
da Lousã no dia 11 de Julho de 2020 originou o óbito de um bombeiro e o
ferimento de outros três bombeiros. Foi considerado que o incêndio teria tido
início devido a uma descarga eléctrica associada a trovoada e que o acidente
com os bombeiros teria estado relacionado com uma mudança no rumo do vento,
tendo também sido reportada a existência de muito fumo junto ao solo. Estas
possibilidades foram analisadas pelo IPMA através da avaliação das condições
meteorológicas no dia do incêndio.
O incêndio ocorreu num dia para o
qual foram emitidos avisos meteorológicos de tempo quente e de trovoada, tendo
havido forte instabilidade atmosférica e a consequente geração de um sistema
convectivo de forte actividade. O risco meteorológico de incêndio era muito
elevado no concelho da Lousã, o 4º nível mais alto de um total de 5 níveis.
Foi identificado um registo de
uma descarga eléctrica atmosférica às 18:20 horas locais (17:20 UTC), a 100 m
do local do incêndio, sendo que a margem de erro associada a esta descarga eléctrica
(na ordem de 200 m) permite inferir que esta descarga pode ter despoletado o
incêndio da Lousã. Esta evidência observacional é suportada adicionalmente por
dados de modelação numérica.
Foi possível ainda identificar
que o sistema convectivo onde teve origem a referida descarga eléctrica
produziu, ainda durante o seu movimento para norte e na fase de dissipação,
subsidência generalizada na região do incêndio, consistente com a diminuição da
altura da camada limite, podendo esta ter sido relevante para a dificuldade na
dispersão de fumos e gases junto ao solo.
Não é possível também excluir que
durante o período de tempo entre o início do incêndio e o instante em que
ocorreu o acidente com os bombeiros possam ter ocorrido variações
significativas do rumo do vento, consistentes com a existência de correntes
descendentes associadas às células convectivas que constituíam o sistema
convectivo, com influência quer no sentido de evolução do incêndio quer dos
fumos por ele produzidos.
O relatório completo elaborado
pelo IPMA pode ser consultado teclando no seguinte link.
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Fonte: IPMA
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