Mais de 650 operacionais estavam,
ao início da madrugada, a combater o incêndio que deflagrou na segunda-feira em
Oliveira de Frades, distrito de Viseu, e que se alastrou aos concelhos de Sever
do Vouga e Águeda, no distrito de Aveiro. De acordo com o Comando Distrital de
Operações de Socorro (CDOS), àquela hora, encontravam-se no terreno 657
operacionais, apoiados por 228 viaturas. Segundo a mesma fonte, algumas zonas
estão em "fase de rescaldo" e outras em "vigilância".
Em declarações à
agência Lusa, pelas 23:15 de terça-feira, o presidente da Câmara Municipal de
Águeda, Jorge Almeida, afirmou que a situação estava “mais tranquila” e que
várias máquinas de arrasto se encontravam no local a abrir acessos às frentes activas.
Pela mesma hora, António Coutinho, presidente da Câmara de Sever do Vouga,
adiantou que o incêndio se encontrava “mais ou menos calmo” e que apesar de activo
em algumas zonas, durante a noite a situação poderia ficar “mais controlada”.
À Lusa, também o
comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades avançou que o
incêndio se encontrava “dominado” naquela zona e que, dada a moderação do
vento, esta madrugada poderia ser “uma janela de oportunidade” para os
operacionais no terreno dominarem as chamas, que durante o dia mobilizaram
ainda 14 meios aéreos.
Pelas 19:00,
durante a conferência de imprensa no posto de comando situado em Sever de
Vouga, o comandante operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul da
Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Luís Belo Costa,
afirmou que o incêndio tinha quase metade da área dominada. “O incêndio, neste
momento, está com cerca de 40% da área dominada e alguma dela já em resolução.
Os outros 60% estão ainda activos”, afirmou, acrescentando que o incêndio está
a progredir de forma “mais lenta” devido à diminuição da intensidade do vento.
"A
estratégia definida aponta para que durante a noite possamos empenhar os meios
com o objectivo de dominar este incêndio, através de um esforço combinado com
máquinas pesadas, manobras de fogo feitas por técnicos credenciados pela força
especial de protecção civil e o empenhamento das forças dos bombeiros",
disse o mesmo responsável. Apesar de ainda não haver uma estimativa da área
ardida, o comandante operacional não tem dúvidas de que este será "um dos
maiores incêndios do ano". "Irá ser certamente um dos maiores
incêndios deste ano, porque a olho nu, por aquilo que se vê nas áreas
atingidas, consegue-se facilmente perceber que é um grande incêndio",
disse.
Questionado
sobre os prejuízos, Luís Belo Costa disse que ainda não foi feito esse
levantamento, mas admite que possa haver perdas de animais e culturas, e disse
que se mantinha "uma vigilância e um empenhamento de meios dedicados"
para proteger as aldeias que se encontram dentro do perímetro do incêndio,
dando como exemplo os casos de Penouços, Hortas, Carrazedo, Póvoa e Soutelo, em
Sever do Vouga. Referiu ainda que o incêndio, com 13 quilómetros de comprimento
em linha recta, está "muito partido pelos diferentes declives",
sublinhando que se trata de uma zona com "uma orografia muito complexa de
acentuados declives", com as dificuldades que isso implica.
Na segunda-feira
um bombeiro de 41 anos morreu durante o combate a este incêndio.
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Fonte: SAPO Notícias
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