quarta-feira, 7 de julho de 2021

8231. Do Canadá à Nova Zelândia, passando pela Escandinávia. Calor está a bater recordes

O aumento das temperaturas em vários pontos do planeta, alguns deles pouco habituados a temperaturas elevadas, já matou várias pessoas e deixou milhares de habitantes incapacitados de fazer a sua vida normal. Os especialistas falam em condições catastróficas, alavancadas pelo aquecimento global.

As notícias começaram a chegar do Canadá e dos Estados Unidos que estão a sentir “as mais altas temperaturas da histórica cúpula de calor” que assola a região ocidental de ambos os países. Os recordes “históricos” de temperatura registados no ocidente do Canadá e dos EUA são provocados por uma onde de calor de intensidade extremamente rara, que já causou o encerramento de escolas, de centros de vacinação contra a covid-19 e motivou a criação de centros de arrefecimento. Em Lytton, uma vila a nordeste de Vancouver, a temperatura atingiu mesmo os 49 graus Célsius, a mais alta registada no Canadá após o recorde de 45 graus, em 1937. O calor extremos já levou a centenas de mortes, estima-se que o número ascenda a 500, e provocou centenas de incêndios florestais.

Mas a onda de calor não ficou restringida àquela região do globo. Os países do Norte da Europa registaram temperaturas recorde no fim-de-semana, incluindo máximas de 34 graus nalguns locais. O instituto meteorológico da Finlândia registou a temperatura mais quente em Junho, desde que existem registos em 1844. A localidade de Kevo, na Lapónia, registou 33,6º no domingo, o dia mais quente desde 1914, quando os termómetros bateram nos 34,7º. Também várias regiões da Suécia registaram temperaturas máximas nunca antes sentidas no país.

O professor de meteorologia Michael Reeder, ouvido pelo The Guardian, explica que os fenómenos nos continentes europeu e norte-americano estão ligados. Reeder explica que uma depressão tropical no oeste do Pacífico, perto do Japão, perturbou a atmosfera e criou ondulações em torno do hemisfério, o que é conhecido como onda de Rossby.

Por outro lado, a Nova Zelândia, que está no Inverno, registou o mês de Junho mais quente desde que há registo, com dois graus acima da média, um fenómeno que os cientistas do país atribuem às alterações climáticas. País onde 40% das emissões poluentes provêm da agricultura e dos resíduos, a Nova Zelândia declarou emergência climática no seu território em Dezembro de 2020.

Também vários modelos de previsão meteorológica americana apontam para uma subida das temperaturas na Península Ibérica no fim desta semana, com os termómetros a poderem atingir os 47° no centro da península. Também na Índia, foi hoje dado o alerta pelo departamento do clima do país de uma possível onda de calor para os próximos quatro dias em Chandigarh, Punjab e Haryana.

Em Portugal não se pode falar ainda de uma onda de calor porque, apesar do aumento de temperaturas esperado para o fim-de-semana com algumas localidades a baterem os 40 graus, espera-se que na segunda-feira haja baixa de temperatura.  “As temperaturas vão chegar perto dos 40 graus na região do Alentejo, que é uma situação normal para esta época do ano. Pontualmente poderá haver sítios no interior do Alentejo que passem dos 40 graus, mas nas capitais de distrito espera-se que Évora e Beja cheguem aos 40 e 39 graus respectivamente”, explicou a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Patrícia Marques.

Mas não se pode falar em onda de calor. “Meteorologicamente falando, são precisos mais de cinco dias com temperaturas acima da média. Nós vamos ter quatro dias e se calhar o Alentejo nem chega a estar acima da média”, explicou. Uma onda de calor, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), “ocorre quando num intervalo de pelo menos seis dias consecutivos a temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência”.

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Fonte: MultiNews

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