quinta-feira, 15 de julho de 2021

8241. Fumaça de incêndios e raios sobre o gelo em pleno Árctico

Os fumos dos incêndios florestais no Oeste dos Estados Unidos e do Canadá já chegaram ao Árctico. É o que mostra uma imagem do satélite europeu Sentinel 5-P divulgada pela Adam Plataform. O material resultante dos incêndios está no Círculo Polar Árctico sobre o Norte do Canadá, transportado por correntes de vento em grande altitude, as famosas correntes de jacto.

A NASA, a agência espacial norte-americana, também divulgou imagens nesta terça-feira do VIIRS (Visibile Infrared Imaging Radiometer Suíte) a bordo do satélite NOAA-20 mostrando a fumaça a cobrir a América do Norte.

Plumas de fumo espalharam-se pela província canadense de Ontário devido aos incêndios que ocorrem na fronteira com a província de Manitoba. O fumo chegou a estados do Norte dos Estados Unidos como Minnesota, Dakota do Norte e Dakota do Sul.

Alertas de má qualidade do ar chegaram a ser emitidos pelo Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. O fumo dos incêndios, ademais, realçou as cores no céu em horas do amanhecer e no fim da tarde.

Raios sobre o gelo no Árctico – Se não bastasse a fumaça, as últimas horas tiveram a ocorrência de raios sobre a grande massa de gelo nos mares de Chukchi e Beaufort em pleno Oceano Árctico, o que espantou os especialistas.

A temperatura na extremamente fria localidade de Deadhorse, no estado norte-americano do Alasca, chegou aos 23,3ºC. De acordo com boletim divulgado pelo escritório de Fairbanks do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, evento de raio tão ao Norte, a Leste de Barrow, somente ocorrem a cada cinco ou dez anos.

Os raios, numa região em que descargas eléctricas são absolutamente incomuns pelo clima frio, ocorreram em razão do avanço de uma massa de ar mais instável a partir da Sibéria e que foi impulsionada por um profundo centro de baixa pressão, uma tempestade, mais ao Norte e perto do pólo. Entre 100 e 200 raios foram registados na região por sensores.

Fumaça, raios e alterações climáticas – Os cientistas vêem a observar um aumento na ocorrência de raios na região do Árctico por conta das alterações climáticas e o aquecimento global. O Árctico está aquecendo numa velocidade três vezes maior que a média do resto do mundo.

Com a temperatura mais alta e dias quentes para a região no verão, tempestades de raios antes muito incomuns sobre áreas com massas de gelo passaram a ficar mais frequentes. No mesmo processo de alterações climáticas, o Oeste dos Estados Unidos está cada vez mais seco e enfrenta ondas de calor excepcionais. Uma no final de Junho que atingiu o Noroeste norte-americano foi descrita como “virtualmente impossível” de ocorrer por exercício de rápida atribuição a partir da estatística história. Os cientistas concluíram que o tempo de recorrência de uma onda de calor como a que se testemunhou seria de milhares de anos.

O clima cada mais seco, que traz uma seca severa a excepcional de dois anos no Oeste dos Estados Unidos, favorece ondas de calor extremas e que nos últimos dias foram responsáveis por elevar a temperatura a 54ºC. Tempo seco e calor extremos juntos favorecem incêndios florestais. O jornal inglês The Guardian chega a afirmar que o Oeste norte-americano está preso em um ciclo de seca, calor e fogo.

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Fonte (imagens e texto): MetSul


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