quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

102. Situação Sinóptica – A partir de Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2006

Carta sinóptica prevista para Sexta-feira, 27/01/2006 (12h00)

Temos por diante uns dias complicados sobre a Península Ibérica, sobretudo no que diz respeito a previsões meteorológicas.
Se por um lado, vai ocorrer, sobre a Península Ibérica, a entrada de uma massa de ar temperada procedente do Oceano Atlântico, por outro lado iremos ter também a chegada à Península de uma massa de ar bastante fria proveniente da Europa Central.
A colisão entre estas duas massas de ar dará origem a uma acusada instabilidade, sendo para já difícil diagnosticar com maior precisão a cota de neve nas várias regiões do Continente, uma vez que a mesma vai depender muito da posição em que se vá localizar o núcleo da massa de ar mais fria.
Esta situação será um pouco análoga, uma vez que se trata de uma perturbação de evolução retrógrada, ou seja, com tendência contrária à circulação zonal normal, e com um movimento bastante errático.
A situação já está, hoje, caracterizada pela entrada pelo sudoeste, da Península Ibérica, de uma pequena depressão constituída por uma massa de ar húmida e temperada de origem atlântica. Por outro lado, já se regista também um fluxo de ar frio com origem polar continental sobre a Alemanha, que vai avançando em sentido retrógrado, em direcção ao sudoeste da Europa; esta massa de ar é bastante fria, de cerca de -35ºC a 5300 metros de altitude e de -10ºC a 1400 metros de altitude, e entrará pelo nordeste da Península Ibérica dentro de 24 horas. Finalmente, ambas as massas de ar vão colidir e misturar-se, dando origem a uma grande instabilidade e a uma depressão fria em todas as camadas da troposfera.
Dependendo da exacta localização do núcleo central da depressão fria que se originar, assim será condicionado o estado do tempo em Portugal Continental. Em princípio, estarão reunidas condições de instabilidade no Continente, prevendo-se a ocorrência de precipitação e, provavelmente, a possibilidade de vir a ocorrer queda de neve a uma cota bastante baixa em algumas regiões do interior. Haverá ainda a sensação de muito frio, provocada por vento moderado do quadrante norte.
É a evolução que, por enquanto, se pode observar nos modelos de previsão, como tal, esta previsão pode mudar, consoante for a localização final do centro da depressão fria que se prevê que se venha a formar sobre a Península Ibérica.

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