terça-feira, 17 de janeiro de 2006

92. Noções de Meteorologia - Conceitos teóricos fundamentais de meteorologia sinóptica (I)

Carta Sinóptica de Superfície prevista para 19 de Janeiro de 2006
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A atmosfera meteorológica como um edifício de vários andares
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Nos mapas meteorológicos representam-se as frentes e os centros de altas e baixas pressões, através de isóbaras. Estes sistemas “obedecem” estritamente a ordens emanadas desde zonas de maior altitude, na atmosfera. Portanto, para além de cartas sinópticas de superfície, é usual a elaboração de mapas com a representação em altitude de parâmetros meteorológicos, de modo que se possa entender a atmosfera como um grande edifício com vários andares.
Na atmosfera, o ar desloca-se em todas as direcções, não se restringindo apenas a um deslocamento horizontal; poderemos então falar também do deslocamento de massas de ar em altitude.
Os mapas que representam a circulação das massas de ar em altitude são idênticos aos mapas de superfície mas, em vez de terem traçadas isóbaras (linhas que unem pontos com igual valor de pressão), têm traçados linhas que unem pontos de igual altitude (isoípsas); cada mapa representa então uma superfície de igual pressão com a indicação da correspondente altitude.
Por outras palavras, um mapa que represente a circulação da atmosfera em altitude tem indicado a altura em metros geopotenciais a que se encontrará uma determinada superfície imaginária de ar que tenha o mesmo valor de pressão. Usualmente, nestes mapas aparecem também assinalados valores de temperatura, humidade e do vento. Diariamente são elaborados mapas de 850, 700, 500 e 250 hPa (hectopascais – unidade de medida da pressão atmosférica).
Os mapas que representam a circulação da atmosfera em altitude são mais simples e o vento é paralelo às linhas traçadas, sendo mais forte quanto mais juntas ou apertadas se encontrarem as isoípsas. As curvas que se formam com o traçado das isoípsas determinam a localização de cunhas ou cristas anticiclónicas ou vales depressionários.
No Hemisfério Norte, num vale depressionário em forma de U, a linha que se encontra na parte mais interior do mesmo indica a altitude mais baixa. No caso de uma cunha ou crista anticiclónica, em forma de U invertido, a linha que se encontra na parte mais interior do mesmo indica a altitude mais alta. Fazendo uma semelhança com a cartografia, um vale depressionário corresponderá mais a um vale propriamente dito, enquanto que uma cunha ou crista anticiclónica corresponderá a uma montanha.
No redor de um vale depressionário encontra-se quase sempre uma amplia área de mau tempo, enquanto que à volta das cunhas ou cristas anticiclónicas encontra-se uma amplia área de bom tempo.
Isto porque em redor dos vales depressionários ocorrem movimentos ascendentes de ar, o que faz com que o vapor de água existente nas camadas inferiores da atmosfera seja obrigado a subir e a arrefecer, o que vai obrigar à sua condensação e à formação de abundante nebulosidade que possivelmente originará precipitações. Pelo contrário, em torno das cunhas ou cristas anticiclónicas predominam movimentos descendentes, o que origina uma diminuição da humidade e a dissolução da nebulosidade.


Fonte: Wetterzentrale

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