A responsável pela unidade da Organização Mundial da Saúde para as alterações climáticas alertou hoje que, com o agravamento das altas temperaturas, vai subir a mortalidade associada ao calor em Portugal.
O cenário, assumido por Bettina Menne como uma das piores hipóteses, refere-se a projecções para 2020, e indica um aumento para entre 5,8 e 15,1 óbitos por cada cem mil pessoas, tendo como base os actuais níveis de mortalidade, que se situam entre 5,4 e seis por cada cem mil habitantes.
A coordenadora da Global Change and Health Unit da Organização Mundial da Saúde (OMS), que esteve hoje presente numa conferência organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian sobre alterações climáticas e saúde, em Lisboa, salientou a necessidade de mitigar os efeitos das temperaturas elevadas na saúde, sublinhando que este é um aspecto que "pode ser prevenido".
Portugal mereceu um destaque de Betinna Menne neste caso, pois foi pioneiro, na Europa, na criação de um sistema que analisasse o impacto do calor sobre os óbitos - o sistema Ícaro, da responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
A responsável da OMS enalteceu também o Plano de Contingência para as Ondas de Calor, criado em Portugal após a onda de calor de 2003, mas ressalvou que o teste final à eficácia do sistema será uma nova vaga de altas temperaturas.
"Teremos de esperar pela próxima onda de calor para saber se os sistemas funcionam a longo prazo", resumiu.
Agência LUSA
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