Não se vêem, não se sentem e, no entanto, causam cancro da pele, cataratas e diminuem a eficácia do sistema imunológico, entre outros problemas. Estamos a falar das radiações ultravioletas que atingem esta semana um pico de intensidade em Portugal.
O Instituto de Meteorologia prevê índices entre os nove e onze, sinal de proibição à exposição solar sem protecção. Os índices de raios ultravioletas (UV) atingem os valores mais elevados desde sábado, prevendo-se uma ligeira diminuição para hoje, voltando a subir amanhã. Isto porque é a altura do ano em que o sol está muito alto e o ozono é menos abundante.
A maior intensidade dos UV nada tem a ver com as elevadas temperaturas do ar atingidas esta semana. "Há factores coincidentes, mas não há uma relação casual", explica o meteorologista Diamantino Henriques. A prova é que o maior índice de ultravioletas regista-se na Madeira (11), que tem temperaturas na ordem dos 25 graus, enquanto o Continente, com uma onda de calor que atinge os 35 graus, tem um nível de radiação inferior.
A radiação UV é cada vez mais preocupante porque está a diminuir o ozono atmosférico, que é o único gás que absorve de forma significativa os raios. "A natureza não é capaz de repor a camada de ozono à mesma velocidade com que é destruída, logo é previsível que se venham a verificar valores mais elevados de radiação ultravioleta de ano para ano", diz Diamantino Henriques. Os actuais índices de UV nos Açores e a Madeira devem-se, precisamente, a uma invasão de ar tropical estratosférico menos rico em ozono. O maior problema, alertam os médicos e físicos, é que os raios ultravioletas não se sentem, ao contrário do que acontece com os infravermelhos. Neste último caso, o desconforto causado pelo calor leva a que as pessoas procurem uma sombra e a protegerem-se com roupa, chapéu e protectores solares.
Mesmo em dias de nevoeiro, podem apanhar-se queimaduras solares, porque a exposição aos ultravioletas é mais prolongada que num dia em que o céu está limpo. "A ultravioleta emite uma energia muito pequena, mas é muito eficaz para o efeito da queimadura na pele, por exemplo", diz Diamantino Henriques.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia concluiu que a maioria dos inquiridos não sabe definir raios UV e apenas 37,9% indicam que as lentes escuras com protecção eram a medida mais indicada para proteger os efeitos nocivos deste tipo de radiação.Os raios UV são um dos principais factores ambientais responsáveis pelo desenvolvimento do cancro da pele, incidência que está a aumentar em Portugal. Estima-se que existam oito novo casos de melanoma (cancro da pele mais temível) por cem mil habitantes por ano, segundo dados do Instituto Português de Oncologia. O olho é outro órgão do corpo muito afectado pelos UV. A radiação conduz à destruição parcial ou total dos fotos receptores da retina, provoca queimaduras oculares na pálpebra, aumenta o risco de desenvolver cataratas e provoca de degenerações com a idade.
Os índices de UV vão manter-se elevados durante em Julho, prevendo-se que decresçam em Agosto, mês em que são esperadas intensidades entre os oito e os nove, continuando a diminuir gradualmente.
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Fonte: Jornal "Diário de Notícias"
O Instituto de Meteorologia prevê índices entre os nove e onze, sinal de proibição à exposição solar sem protecção. Os índices de raios ultravioletas (UV) atingem os valores mais elevados desde sábado, prevendo-se uma ligeira diminuição para hoje, voltando a subir amanhã. Isto porque é a altura do ano em que o sol está muito alto e o ozono é menos abundante.
A maior intensidade dos UV nada tem a ver com as elevadas temperaturas do ar atingidas esta semana. "Há factores coincidentes, mas não há uma relação casual", explica o meteorologista Diamantino Henriques. A prova é que o maior índice de ultravioletas regista-se na Madeira (11), que tem temperaturas na ordem dos 25 graus, enquanto o Continente, com uma onda de calor que atinge os 35 graus, tem um nível de radiação inferior.
A radiação UV é cada vez mais preocupante porque está a diminuir o ozono atmosférico, que é o único gás que absorve de forma significativa os raios. "A natureza não é capaz de repor a camada de ozono à mesma velocidade com que é destruída, logo é previsível que se venham a verificar valores mais elevados de radiação ultravioleta de ano para ano", diz Diamantino Henriques. Os actuais índices de UV nos Açores e a Madeira devem-se, precisamente, a uma invasão de ar tropical estratosférico menos rico em ozono. O maior problema, alertam os médicos e físicos, é que os raios ultravioletas não se sentem, ao contrário do que acontece com os infravermelhos. Neste último caso, o desconforto causado pelo calor leva a que as pessoas procurem uma sombra e a protegerem-se com roupa, chapéu e protectores solares.
Mesmo em dias de nevoeiro, podem apanhar-se queimaduras solares, porque a exposição aos ultravioletas é mais prolongada que num dia em que o céu está limpo. "A ultravioleta emite uma energia muito pequena, mas é muito eficaz para o efeito da queimadura na pele, por exemplo", diz Diamantino Henriques.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia concluiu que a maioria dos inquiridos não sabe definir raios UV e apenas 37,9% indicam que as lentes escuras com protecção eram a medida mais indicada para proteger os efeitos nocivos deste tipo de radiação.Os raios UV são um dos principais factores ambientais responsáveis pelo desenvolvimento do cancro da pele, incidência que está a aumentar em Portugal. Estima-se que existam oito novo casos de melanoma (cancro da pele mais temível) por cem mil habitantes por ano, segundo dados do Instituto Português de Oncologia. O olho é outro órgão do corpo muito afectado pelos UV. A radiação conduz à destruição parcial ou total dos fotos receptores da retina, provoca queimaduras oculares na pálpebra, aumenta o risco de desenvolver cataratas e provoca de degenerações com a idade.
Os índices de UV vão manter-se elevados durante em Julho, prevendo-se que decresçam em Agosto, mês em que são esperadas intensidades entre os oito e os nove, continuando a diminuir gradualmente.
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Fonte: Jornal "Diário de Notícias"
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