sexta-feira, 3 de novembro de 2006

581. Ainda as cheias da semana passada ...

As cheias dos últimos dias serviram para mostrar «quem aprendeu com os erros do passado» e quem insiste em ficar «impávido e sereno à espera da próxima tragédia». Quem o diz é o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, que de imediato passa aos exemplos concretos.
Tomar é um exemplo a seguir, adianta ao PortugalDiário o responsável dos bombeiros. Apesar das imagens chocantes de uma cidade quase submersa a verdade é que «os serviços municipalizados de Tomar alertaram por telemóvel as pessoas que residem nas zonas de maior risco». O alerta foi dado exactamente uma hora antes da cheia, o que permitiu às populações colocarem-se ,a si e aos bens, a salvo. Resultado: «os prejuízos foram mínimos».
Águeda é o exemplo do que não se deve fazer. «Repetiu-se de novo o que há muito vem acontecendo, isto é, não foram aplicadas medidas correctivas, como a drenagem de águas pluviais».
Pombal é outro mau exemplo, e de tão mau, até devia ser estudado, refere Duarte Caldeira. Recorde-se que a Câmara de Pombal avaliou os prejuízos das cheias acima dos cinco milhões de euros. Além de sofrer, agora durante as chuvas, as consequências naturais do deslizamento de terras provocados pelos incêndios do Verão, há aspectos relacionados com o ordenamento do território em Pombal que devem ser bem investigados.
«Como é que se aprova a construção de um centro comercial com quatro pisos subterrâneos, sem se prever a ocorrência de cheias e a consequente necessidade de drenagem de águas?!», indigna-se o responsável dos bombeiros. O pior, diz, «é que há milhares de exemplos como este pelo país fora e que só não são conhecidos porque ainda não sofreram uma tragédia».
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Fonte:
Portugal Diário

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