terça-feira, 11 de dezembro de 2007

1429. Cheias: Santiago do Cacém espera há um ano por apoio

O município de Santiago do Cacém continua «à espera» de apoio da administração central para fazer face aos estragos provocados pelas cheias de há um ano, avaliados em cinco milhões de euros, recordou o presidente da autarquia. «Até agora, não recebemos nada, continuamos à espera, insistindo junto das entidades competentes», lamentou Vítor Proença (CDU), em declarações à Lusa.
O autarca participou, no início do ano, em várias reuniões conjuntas com outros três dos municípios mais afectados pelas cheias em 2006, Odemira, Tomar e Pombal, para pedir apoio ao Governo para reparar os prejuízos. «Tivemos algumas promessas, mas até ao momento, ainda não chegou qualquer resposta», frisou.
Na data em que se assinalou um ano do mau tempo que assolou o concelho, provocando o desalojamento de habitantes e o desabamento de estradas nas freguesias de Abela e S.Domingos, entre outros danos, o autarca lembrou a necessidade de realizar obras nos cursos de água que transbordaram nas madrugadas de 3 e 4 de Novembro de 2006. «É preciso realizar uma intervenção de fundo no Barranco do Olheiro (Abela), uma obra que está avaliada em 3 milhões de euros e que é da responsabilidade do Instituto da Água (INAG)», ressaltou. Vítor Proença «exige» que este montante seja incluído em PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central), reivindicação acompanhada pelo presidente da Junta de Freguesa, José Catalino, que insiste na concretização desta medida há um ano.
«O Governo está a confundir as questões da Protecção Civil, concentrando esforços apenas nos fogos florestais. Esquece-se que a limpeza dos cursos de água poderia evitar grande parte destas situações de cheias, impedindo o efeito de represa quando a água fica trancada por algo e não circula normalmente», criticou Vítor Proença.
Casas inundadas, pessoas desalojadas, passeios e jardins destruídos e animais mortos foram alguns dos prejuízos causados em 2006 pelo mau tempo neste concelho do Litoral Alentejano. Muitos habitantes perderam parte das suas casas, mobiliário, viaturas e outros bens, arrastados pelas cheias.
Para minorar os efeitos da intempérie, a Câmara e as Juntas de Freguesia encarregaram-se entretanto de realojar habitantes, reconstruir calçadas e arruamentos, reparar caminhos municipais e muros de habitações particulares. «No caso da Abela, que tinha sofrido obras recentemente, teve de ser tudo feito de novo», vincou, referindo-se aos arranjos nos espaços públicos e obras na sede da Junta de Freguesia. «Mas também não conseguimos fazer tudo sozinhos», acrescentou, referindo a «necessidade» de a Direcção Geral das Autarquias Locais aprovar uma candidatura referente à recuperação de uma estrada na Abela.
«A Estrada Municipal 526 precisa de uma intervenção que custa um milhão de euros e a Câmara precisa de obter esses 50 por cento de financiamento para a poder realizar», sublinhou Vítor Proença. Até à data, «a única obra» realizada pelo Governo na região, depois das inundações de 2006, foi a recuperação da estrada regional 390 (ER390), junto a S. Domingos, no valor de 583 mil euros.
As trombas de água sentidas em Novembro de 2006 provocaram a destruição de 150 metros de estrada e respectivo talude, que «desapareceram».
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