quinta-feira, 19 de agosto de 2010

3106. Especialistas devem estudar rapidamente alterações das correntes atmosféricas

Os especialistas do clima devem estudar o mais rápido possível as alterações das correntes de ar, ligadas às graves inundações do Paquistão e à onda de calor sem precedentes na Rússia, afirmou hoje um perito.
Este verão registou-se uma meteorologia particularmente difícil, com as chuvas excepcionais que assolam o Paquistão há várias semanas, uma onda de calor que está a provocar graves incêndios na Rússia, os deslizamentos de terras provocados pelas chuvas torrenciais na China e a divisão em dois de um icebergue gigantesco na Gronelândia. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), estes acontecimentos são excepcionais, mesmo tendo em conta as condições climáticas extremas de algumas regiões.
Trata-se de "uma sequência de acontecimentos sem precedentes", que "ultrapassa, em intensidade, duração e localização geográfica, todos os acontecimentos históricos anteriores". "Isto coloca uma questão urgente para a ciência do clima: saber se a frequência e a duração dos episódios de bloqueio estão em vias de evoluir", explica a OMM, em comunicado.
O director do programa de investigação do clima da OMM e da UNESCO, Ghassem Asrar, explica que estes acontecimentos dramáticos no Paquistão e na Rússia têm origem num fenómeno de bloqueio de correntes atmosféricas. Tais bloqueios, que podem provocar uma intensificação da humidade (logo, da chuva) ou do calor, parecem estar a tornar-se cada vez mais frequentes e longos.
Segundo Ghassem Asrar, os investigadores europeus tinham previsto, algumas semanas antes da sua chegada, um fenómeno de bloqueio: estes peritos "assinalaram claramente esta informação e acompanharam-na", assegurando que "certamente que estes dois acontecimentos no Paquistão e na Rússia estão ligados". Os movimentos de bloqueio devem ser estudados de perto, à semelhança dos fenómenos El Niño e El Niña no Oceano Pacífico, acrescentou Ghassem Asrar.
As respostas a estes fenómenos são importantes porque têm "um impacto na vida das pessoas e na propriedade, como mostram os exemplos do Paquistão e da China".
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Fonte: DN

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