"É necessário que a Madeira disponha de meios aéreos no combate aos incêndios". A convicção é do presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, que lamenta que as autoridades regionais nunca tenham ouvido o apelo dos bombeiros a este propósito. "Há mais de oito anos que alertamos para esta questão, ficamos satisfeitos que a Quercus também se tenha manifestado agora nesse sentido", revela ao DIÁRIO. Fazendo um paralelo com o que acontece no continente, o especialista garante que: "Há incêndios que duram uma semana, se não houvesse meios aéreos certamente durariam duas".
Apesar dos avisos, o presidente da ANBP diz que nunca foram chamados pelo Governo Regional a falar sobre este assunto. "As entidades regionais não estão disponíveis", criticou. E acrescenta: "Fiquei admirado com a posição dos políticos no parlamento regional a este propósito". Fernando Curto reconhece que a aquisição de um helicóptero, por exemplo, tem custos, mas sublinha que é "um investimento necessário". "Se se tivessem tomados medidas há alguns anos, evitar-se-ia o que está a acontecer", sustenta. O responsável diz ainda que o meio a adquirir poderia ser rentabilizado se lhe fosse dado outro uso, como servir para emergência médica. "Há várias utilidades que se podem dar", afirma. Fernando Curto desvaloriza ainda as questões levantadas na Região relativamente aos ventos cruzados. "Isso também acontece no aeroporto e às vezes não é possível aterrar ou levantar durante algumas horas, mas não é uma situação permanente", justifica.
Contactado pelo DIÁRIO, o presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, Luís Neri, confirma que não houve iniciativa alguma no sentido de dotar a Região de meios aéreos de combate aos incêndios. "Neste momento não tenho nenhuma resposta sobre este assunto, nem dados que possam ser validados". O coronel sublinha ainda que desde 2006, ano em que ocupou funções, nunca foi efectuado nenhum estudo no sentido de apurar a viabilidade de a Madeira ter um equipamento para o efeito. "Que eu tenha conhecimento nada foi feito", assume. E prossegue: "Neste momento estamos preocupados com o combate, mas é uma questão que colocarei ao secretário regional dos Assuntos Sociais, no sentido de envolver inclusive a Força Aérea nestes estudos".
A Protecção Civil está regionalizada pelo que a competência nesta matéria é do Governo Regional. O Governo da República criou, em 2007, a Empresa Meios Aéreos, a quem compete fazer a gestão dos meios, quer em termos de socorro, quer em termos de combate a incêndios.
A violenta destruição na Laurissilva devidos aos fogos que assolam a Região, reacendeu o debate em torno do uso de novas ferramentas de combate. Depois do CDS-PP ter anunciado que vai apresentar um Projecto de Resolução para que sejam efectuados estudos para a introdução de meios aéreos na luta contra os fogos, agora foi a vez dos ambientalistas da Quercus. Numa espécie de 'carta aberta' aos madeirenses, a presidente da associação na Região defende que o helicóptero da Força Aérea Portuguesa seja equipado com um 'kit' de combate a fogos florestais, já no próximo ano.
Num registo duro, Idalina Perestrelo não poupa os responsáveis regionais. "Se não são capazes de tomar medidas então que se demitam dos cargos", diz referindo-se ao secretário do Ambiente (Manuel António Correia), ao director Regional de Florestas (Rocha da Silva), ao presidente da Protecção Civil (Luís Neri) e até ao presidente do Governo Regional (Alberto João Jardim).
O DIÁRIO ouviu um especialista no uso de helicópteros no combate aos incêndios. Miguel Borrego, director de operações da Inaer Helicopter Portugal, uma empresa especialista em Emergência e Protecção Civil, de Lisboa, garante que não há razões técnicas para a Madeira não ter meios aéreos a apagar fogos.
Apesar dos avisos, o presidente da ANBP diz que nunca foram chamados pelo Governo Regional a falar sobre este assunto. "As entidades regionais não estão disponíveis", criticou. E acrescenta: "Fiquei admirado com a posição dos políticos no parlamento regional a este propósito". Fernando Curto reconhece que a aquisição de um helicóptero, por exemplo, tem custos, mas sublinha que é "um investimento necessário". "Se se tivessem tomados medidas há alguns anos, evitar-se-ia o que está a acontecer", sustenta. O responsável diz ainda que o meio a adquirir poderia ser rentabilizado se lhe fosse dado outro uso, como servir para emergência médica. "Há várias utilidades que se podem dar", afirma. Fernando Curto desvaloriza ainda as questões levantadas na Região relativamente aos ventos cruzados. "Isso também acontece no aeroporto e às vezes não é possível aterrar ou levantar durante algumas horas, mas não é uma situação permanente", justifica.
Contactado pelo DIÁRIO, o presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, Luís Neri, confirma que não houve iniciativa alguma no sentido de dotar a Região de meios aéreos de combate aos incêndios. "Neste momento não tenho nenhuma resposta sobre este assunto, nem dados que possam ser validados". O coronel sublinha ainda que desde 2006, ano em que ocupou funções, nunca foi efectuado nenhum estudo no sentido de apurar a viabilidade de a Madeira ter um equipamento para o efeito. "Que eu tenha conhecimento nada foi feito", assume. E prossegue: "Neste momento estamos preocupados com o combate, mas é uma questão que colocarei ao secretário regional dos Assuntos Sociais, no sentido de envolver inclusive a Força Aérea nestes estudos".
A Protecção Civil está regionalizada pelo que a competência nesta matéria é do Governo Regional. O Governo da República criou, em 2007, a Empresa Meios Aéreos, a quem compete fazer a gestão dos meios, quer em termos de socorro, quer em termos de combate a incêndios.
A violenta destruição na Laurissilva devidos aos fogos que assolam a Região, reacendeu o debate em torno do uso de novas ferramentas de combate. Depois do CDS-PP ter anunciado que vai apresentar um Projecto de Resolução para que sejam efectuados estudos para a introdução de meios aéreos na luta contra os fogos, agora foi a vez dos ambientalistas da Quercus. Numa espécie de 'carta aberta' aos madeirenses, a presidente da associação na Região defende que o helicóptero da Força Aérea Portuguesa seja equipado com um 'kit' de combate a fogos florestais, já no próximo ano.
Num registo duro, Idalina Perestrelo não poupa os responsáveis regionais. "Se não são capazes de tomar medidas então que se demitam dos cargos", diz referindo-se ao secretário do Ambiente (Manuel António Correia), ao director Regional de Florestas (Rocha da Silva), ao presidente da Protecção Civil (Luís Neri) e até ao presidente do Governo Regional (Alberto João Jardim).
O DIÁRIO ouviu um especialista no uso de helicópteros no combate aos incêndios. Miguel Borrego, director de operações da Inaer Helicopter Portugal, uma empresa especialista em Emergência e Protecção Civil, de Lisboa, garante que não há razões técnicas para a Madeira não ter meios aéreos a apagar fogos.
-A orografia da Madeira impossibilita o uso de helicópteros no combate aos incêndios?
-Não existe nenhum local na Madeira impossível de aceder que eu saiba. No entanto, há algumas questões a ter em conta no uso destes meios para que surtam efeito. Um helicóptero sozinho não apaga um fogo a partir de uma determinada dimensão. São necessários meios no terreno a complementar.
-O combate a um fogo florestal pode ser feito com água do mar?
-Sim. É sempre preferível o helicóptero abastecer com água doce em pequenas barragens ou em locais que servem a agricultura desde que sejam livres de obstáculos, mas não é impossível abastecer no mar, seguindo determinados cuidados.
-Um helicóptero pode ter mais do que uma valência, ou seja ser usado para combater incêndios e também para socorro?
-Esse tipo de trabalho já foi feito. Tem de ser um equipamento com dois motores e tem de obedecer a uma série de características. No caso da Madeira, se for para o transporte entre ilhas, há coisas a ter em atenção, como por exemplo a distância a percorrer e o número de membros da equipa médica.
-A Madeira precisa de ter um meio aéreo na Região ou pode solicitá-lo ao Continente?
-Tem de estar no local. O importante aqui é a rapidez. Quanto mais cedo o helicóptero entrar em acção melhor. A eficácia tem a ver com o tempo que leva para chegar ao terreno. Não há dúvida, contudo, que a entreajuda entre os meios aéreos e terrestres é muito proveitosa.
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Fonte: dnotícias.pt
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