quarta-feira, 8 de setembro de 2010

3139. S.O.S. PAQUISTÃO


UNICEF responde à crise provocada pelas inundações que afecta mais de 3 milhões de pessoas no Paquistão – A UNICEF está a enviar bens de primeira necessidade para as pessoas afectadas pelas inundações que estão a assolar o Noroeste do Paquistão. Até ao momento foram registadas 1.400 mortes e estima-se que 3.200.000 pessoas tenham sido atingidas, das quais 1.400.000 crianças, pelas piores cheias desde 1929.
“A maior ameaça são as epidemias como a diarreia e a cólera causadas pela contaminação da água. Tem-nos chegado informação sobre a ocorrência de casos de diarreia em crianças. É urgente fazer chegar alimentos, água potável, biscoitos de alto teor proteico, artigos de saúde, vacinas e roupa para mulheres e crianças.
Até agora já fizemos uma primeira distribuição de ajuda humanitária e esperamos fazer mais nos próximos dias, pois é um período crítico para salvar vidas” afirmou o Representante da UNICEF no Paquistão, Martin Mogwanja.
Em muitas zonas, a rede de comunicações desapareceu e o acesso ao terreno está limitado devido à destruição de estradas e pontes, o que torna mais difíceis os esforços de ajuda. As inundações causaram estragos profundos nas infra-estruturas, destruíram hospitais, escolas, sistemas de saneamento e milhares de casas, causando ainda estragos nas linhas eléctricas.
“Há perdas enormes nas culturas e no gado. A região atingida é eminentemente agrícola e esta situação está a causar escassez de alimentos e terá consequências negativas no futuro. Embora se trate de uma situação que vai exigir uma intervenção de longo prazo, neste momento a prioridade é salvar vidas e posteriormente ajudar à reconstrução das zonas afectadas” afirmou Mogwanja
As equipas de emergência da UNICEF estão no terreno a trabalhar em estreita colaboração com o Governo, outras agências das Nações Unidas e organizações parceiras na reparação de poços e de pontos de abastecimento de água e a fornecer pastilhas para purificar a água.
“Em situações de emergência as crianças são particularmente vulneráveis a doenças como a diarreia e a cólera provocadas pela contaminação da água”, sublinhou Louise Brockbank, porta-voz da UNICEF.
Até ao momento a UNICEF distribuiu kits de higiene, garrafas com água e biscoitos de alto teor proteico e já reparou 73 poços, que estão a servir 800.000 pessoas. Apoiou também a instalação de 24 hospitais de campanha para responder às necessidades de um milhão de pessoas.
A UNICEF lançou um apelo de 10.3 milhões de dólares para prestar ajuda humanitária imediata às populações afectadas. (Fonte: UNICEF)
Dez milhões de paquistaneses sem abrigo após inundações, diz ONU – A ONU contabiliza agora em dez milhões o número de paquistaneses que ficaram sem casa após as inundações no país e que não inclui os que receberam abrigo ou estão em escolas. Pelo menos dez milhões de pessoas ficaram sem abrigo na sequência das inundações no Paquistão, indica uma nova estimativa da ONU, que até agora que dizia que o número de pessoas sem casa era de apenas 4,8 milhões.
À AFP, o porta-voz em Islamabad do Escritório de Coordenação da ONU para os Assuntos Humanitários clarificou que este número «não tem em conta os que receberam um abrigo temporário de urgência ou que estão albergados em escolas». De acordo com Maurizio Giuliano, as Nações Unidas já deram abrigo 1,83 milhões de pessoas, sendo que meio milhão estão albergados em escolas. Por esta razão, Giuliano diz que se está perante «uma das mais graves crises humanitárias da história da ONU em termos de número de pessoas a assistir e do território coberto para prestar este socorro».
Estas inundações, que fizeram com que alguns rios ficassem com 40 vezes mais caudal que o normal, mataram pelo menos 1760 pessoas desde Junho, indicou o governo paquistanês, que já não revê este balanço há cerca de um mês. (Fonte: TSF)
Paquistão enfrenta crise alimentar e económica – As inundações que devastam há várias semanas o Paquistão estão a mergulhar o país numa grave crise económica e social, com a destruição de numerosas culturas agrícolas e previsões de uma inflação de 20 por cento. Os alertas surgem do Governo paquistanês, liderado pelo primeiro ministro Yousuf Raza Gilani, mas também de organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que adverte que as culturas do próximo ano estão ameaçadas e a alimentação da população está comprometida.
«A inflação deverá aumentar amplamente, por causa da falta de alimentos e da destruição das colheitas», disse Gilani, num discurso transmitido esta quarta-feira na televisão. «Não vamos atingir a meta [de inflação] de 9,5 por cento prevista para o ano fiscal de 2011 e poderá situar-se entre os 15 e os 20 por cento», admitiu o chefe do Governo paquistanês, avançando que os prejuízos no país rondam, neste momento, os 43 mil milhões de dólares.
As inundações também estão a abalar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) paquistanês, que deverá recuar para 2,5 por cento, longe dos 4,5 por cento inicialmente previsto pelo Governo de Gilani. «Esta perda económica vai traduzir-se no desaparecimento de postos de trabalho e na enorme perda de receitas por milhares de famílias. Isto terá graves consequências sociais», concluiu o primeiro-ministro.
Com uma subsistência muito enraizada na cultura de cereais, sobretudo do trigo, a população paquistanesa está a enfrentar sérias dificuldades de nutrição, uma vez que as inundações destruíram as terras de cultivo, algumas por várias décadas, e as reservas de sementes, segundo a FAO. O trigo, como afirma a organização das Nações Unidas, «é o alimento básico da população rural pobre do Paquistão, semeia-se de Setembro a Novembro, e as inundações arrasaram mais de meio milhão de toneladas de reservas de trigo».
«A ajuda alimentar por si só não será suficiente. Se não assegurarmos a próxima colheita de trigo, a segurança alimentar de milhões de pessoas estará em perigo», frisou a responsável, indicando que a organização garantiu, até hoje, a aquisição de sementes para 200 mil famílias.
As inundações no Paquistão, as piores dos últimos 80 anos naquele território, já fizeram pelo menos 1600 vítimas mortais desde o fim do mês de Junho e afectaram entre 15,5 a 20 milhões de pessoas.
(Fonte: TSF)

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