quinta-feira, 22 de novembro de 2012

4118. Alertas de mau tempo têm de ser levados a sério

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL) advertiu para a necessidade de as autarquias levarem a sério os alertas de mau tempo, para serem evitados danos como os verificados em Silves e Lagoa. "Na generalidade das situações, para não dizer na totalidade, quando a ANPC (Autoridade Nacional de Protecção Civil) decreta um alerta, pouca coisa acontece ao nível dos agentes da Protecção Civil", disse à Lusa o presidente da ASPROCIVIL, Ricardo Ribeiro. A associação considera que os alertas de mau tempo deveriam "ter como consequência directa, por parte dos responsáveis dos Serviços Municipais de Protecção Civil (SMPC), decisões que potenciassem os mecanismos de resposta e prontidão" para evitar danos maiores.
"Quais são os SMPC que têm Planos Municipais de Emergência actualizados, quais são os que têm técnicos de protecção civil nos seus quadros?", questionou Ricardo Ribeiro, acrescentando que esses serviços "deveriam ser o garante da disposição ou da pré-disposição dos meios para responderem ao eventual acontecimento para o qual estavam avisados". "Cada vez que a ANPC ou outra autoridade decreta um alerta de vários níveis, qualquer que ele seja, devem corresponder a determinadas acções e atitudes por parte dos protagonistas destes sectores. Temos que reagir de acordo com o nível que é decretado e atendendo ao risco ao qual estamos expostos", sublinhou.
Ricardo Ribeiro defendeu que os SMPC deviam fazer "um pré-posicionamento de meios" após os alertas da Autoridade Nacional e "deveriam fazer avisos às populações sobre comportamentos, atitudes e medidas de autoprotecção que lhes permitisse defenderem-se e protegerem-se". O presidente da ASPROCIVIL admitiu que os ventos fortes registados sexta-feira em Lagoa e Silves, que provocaram 13 feridos, três deles graves, "são imprevisíveis e aparecem quase de um momento para o outro", mas tinha sido decretado um alerta de mau tempo e "os SMPC não alteraram a sua vida e a vida das suas populações, nomeadamente até em termos de informação". O dirigente disse que, se houvesse essa informação, exercícios e simulacros não haveria relatos de pessoas que se magoaram a evacuar edifícios.
"Houve serviços que foram evacuados de forma pouco correcta, até houve pessoas que se magoaram, porque não se fazem exercícios, não se treinam comportamentos. Ter um Plano de evacuação de uma câmara e não se fazer exercícios é o mesmo que não haver", afirmou.
Sofia Fonseca
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Fonte: DN Portugal

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