sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

4141. PORTUGAL CONTINENTAL: Mau tempo nas regiões do norte e centro

O mau tempo causou nesta sexta-feira inundações em Amarante, onde o rio Tâmega alagou durante a tarde algumas caves de lojas e habitações, e em Ovar, onde a água chegou a campos, algumas caves e casas próximas da ria.
O rio Tâmega subiu cerca de dois metros. Segundo Hélder Ferreira, vereador da câmara municipal de Amarante, houve comerciantes que, alertados pela protecção civil, esvaziaram as caves. O caudal continua a subir, mas a um ritmo menos acentuado, explicou o autarca à agência Lusa, referindo que o dispositivo de protecção civil está em alerta máximo, mantendo junto ao rio meios dos bombeiros e da GNR.
Já em Ovar, o comandante dos bombeiros voluntários disse à Lusa que as piores situações locais motivadas pelo mau tempo foram campos inundados e alguma água em caves da cidade e casas próximas da ria, mas garantiu que "o pior já passou" e que não houve vítimas ou danos. “Durante a noite já houve precipitação forte, sobretudo no Minho e Douro Litoral, mas sem ocorrências de maior, adiantara ao princípio do dia o meteorologista Ricardo Tavares, do Instituto de Meteorologia.
Em Viana do Castelo, apesar da chuva e dos ventos fortes, não se registaram danos de especial gravidade. Ainda assim, o CDOS registou a queda de 27 árvores em todo o distrito, com maior incidência nos concelhos de Ponte de Lima e Ponte da Barca. Há ainda registo de seis inundações em casas particulares, de um deslizamento de terras que obstruiu uma estrada em Amonde e da queda de um painel de publicidade em Valença. Nenhuma destas situações provocou feridos.
Em Braga, a “noite foi muito complicada e trabalhosa”, avançou fonte do CDOS do distrito. Os Sapadores de Braga acudiram a várias quedas de árvores, inundações e derrocadas de muros. O mau tempo antecipou as férias de Natal dos 900 alunos do Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro, onde a Protecção Civil municipal deu ordens para que as crianças regressassem a casa, por causa do mau tempo, informaram à Lusa fontes locais. Segundo uma responsável do agrupamento, os alunos ainda se deslocaram para as suas escolas, mas pouco depois seriam transportados de regresso a casa. “Como é uma zona acidentada [...] e como há várias derrocadas que vão cortando as estradas aqui e ali, a Protecção Civil achou por bem que os alunos deveriam regressar a casa, por uma questão de segurança, até para prevenir um eventual agravamento das condições climatéricas”, afirmou. “Estavam previstas algumas actividades normais do último dia de aulas, como a festa da associação de estudantes, mas foi tudo cancelado. É um transtorno, mas primeiro a segurança, naturalmente”, acrescentou.
Também por causa das “adversas condições meteorológicas”, a Câmara de Terras do Bouro anunciou que o desfile Moda em Movimento, que estava agendado para esta sexta-feira, foi adiado para dia 21. O Moda em Movimento é um projecto de animação e promoção do comércio tradicional, dinamizado pelo grupo ideiacinco, com sede em Vila Verde, em parceria com a Associação Comercial de Braga (ACB) e, neste caso, com o apoio do município de Terras de Bouro.
No Porto, onde o alerta em vigor é o amarelo, houve árvores e painéis de publicidade caídos, pequenas inundações sem danos materiais nem pessoais. Segundo uma responsável do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) deste distrito, os prejuízos podem ser considerados como "nada de muito significativo". Liliana Nunes disse ao PÚBLICO, nesta manhã de sexta-feira, que as principais ocorrências foram registadas na faixa litoral do distrito, excluindo os concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Nos do Porto, de Gaia, Maia, Gondomar e Matosinhos houve alguns pedidos de ajuda para inundações de pequena dimensão, árvores tombadas pelo vento ou vias obstruídas com materiais que foram arrastados. "Problemas pontuais", resumiu a mesma responsável.
Nos CDOS de Vila Real, Bragança e Castelo Branco a forte precipitação que se fez sentir durante a noite não se reflectiu em mais ocorrências, segundo disseram ao PÚBLICO. No distrito de Coimbra, há registo de três quedas de árvores, que não causaram quaisquer danos: duas na Figueira da Foz e outra em Penacova.
Em Aveiro, o temporal também não terá causado danos para além da queda de algumas árvores, adiantou o operador do CDOS daquele distrito onde, ao início da manhã, ainda se estava a contabilizar o número de ocorrências.
Perante a previsão de “ocorrência de chuva forte a muito forte e persistente para as regiões Norte e Centro do país, com vento forte, em especial nas terras altas e agitação marítima que poderá chegar aos cinco metros em toda a costa ocidental”, a Autoridade Nacional de Protecção Civil decidiu activar um alerta de nível amarelo para esta sexta-feira, o segundo de uma escala de quatro. O alerta amarelo abrange dez distritos (Viana do Castelo, Braga, Bragança, Vila Real, Aveiro, Porto, Viseu, Guarda Coimbra e Castelo Branco) e “pressupõe o reforço da monitorização e a intensificação, por parte do dispositivo de resposta, de acções preparatórias para eventuais intervenções”.
O Instituto de Meteorologia tinha colocado sob aviso vermelho (o mais elevado de uma escala de quatro) os distritos de Viana do Castelo e de Braga e mais oito distritos do norte e centro em aviso laranja devido ao mau tempo, chuva intensa e vento forte. O aviso vermelho corresponde a uma “situação meteorológica de risco extremo”. O aviso laranja que afecta Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu e Guarda, Coimbra e Castelo Branco significa a existência de um “risco moderado a elevado”.
Outros distritos do centro e sul (Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Évora, Setúbal e Beja) foram colocados sob aviso amarelo, que significa que pode haver situações de risco sobretudo para determinadas actividades que dependem das condições meteorológicas. Faro é o único distrito pintado a verde, isto é, onde não se prevê nenhuma situação de risco. A previsão meteorológica aponta para muita chuva e vento até sábado.
Victor Ferreira, Romana Borja-Santos, Cláudia Sobral, Álvaro Vieira e João Ribeiro
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Fonte: Jornal PÚBLICO

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