Cinco meses após ter iniciado o
“bombardeio” de nuvens para tentar fazer chover no Sistema Cantareira, a
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai repetir a
estratégia no Alto Tietê, que também passa por grave crise de estiagem. A concessionária
assinou um novo contrato para induzir chuvas artificiais sobre as represas do
segundo maior manancial da Grande São Paulo, que estava ontem com apenas 22,2%
da capacidade.
A tecnologia consiste na
aceleração da precipitação de chuvas com o despejo de gotículas de água potável
feito por um avião na base das nuvens, um processo conhecido como semeadura ou
bombardeio. Conforme o Estado revelou em Fevereiro, a prática tem sido adoptada
há cinco meses no Cantareira e, segundo a Sabesp, provocou a queda de cerca de
11,5 mil milhões de litros nos reservatórios, o que representa 1,2% de todo o
volume do sistema. Para a concessionária, “esse resultado já justifica a
contratação do serviço” para o Sistema Alto Tietê, mas não impediu o
esgotamento do Cantareira.
No início dos bombardeios de
nuvens, o principal manancial paulista estava com cerca de 20% da capacidade de
seu volume útil. Em cinco meses de sobrevoos, apenas em Março a pluviometria
acumulada no mês ficou acima da média histórica. Resultado: no dia 10 deste
mês, o sistema se esgotou e só continuou operando com a retirada de água do
volume morto, reserva abaixo do nível das comportas.
Segundo a Sabesp, o sobrevoo
depende das condições climáticas e da formação das nuvens. “Há um monitoriamento
constante e diário e acompanhamento por radares para identificar potenciais
nuvens com capacidade de provocar chuvas exactamente na área das represas”,
informou a companhia.
O contrato de chuva artificial
para o Alto Tietê também tem prazo de dois anos e começou a ser executado neste
mês, depois que o Estado revelou que o sistema que abastece cerca de 4 milhões
de pessoas na Grande São Paulo também apresentava baixo índice pluviométrico,
queda no nível das represas e alto risco de esgotamento neste ano. Após negar a
crise, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta semana que também vai
utilizar 25 mil milhões de litros do volume morto do Alto Tietê, o que deve garantir
menos de um mês de sobrevida ao manancial.
* * * * * * * * * * * * *
Fonte: Midia News
Sem comentários:
Enviar um comentário