A esperada 21ª Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas arranca
esta tarde na capital francesa e prolonga-se até dia 12 de Dezembro. Os chefes
de Estado e de Governo só aterram em solo francês na segunda e terça-feira, mas
a maratona negocial e a discussão das questões técnicas começa já
hoje.
Os países levam até Paris propostas e metas para a
redução das emissões e da poluição atmosférica. Esperam-se também novas
propostas na utilização das energias renováveis, no sentido de reduzir o consumo
de combustíveis fósseis. Metas que poderão ser revistas de cinco em cinco anos
para fazer avaliação de progressos e recuos.
Alguns dos países mais poluidores são simultaneamente
os que mais se recusam a encetar esforços nesse sentido. Questões económicas e
geopolíticas estão geralmente no âmago da ausência de uma política amiga do
ambiente.
Mas a pompa e circunstância com que se realiza esta
conferência serve também para alertar para os perigos que o planeta corre.
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, 2015 será o ano mais quente de
sempre desde que há registo, um marco simbólico que ultrapassa todas as
temperaturas desde a época pré-industrial.
Cientistas e activistas alertam para o rápido aumento
da temperatura que se tem registado e dizem que um aumento de temperatura em
mais de 2ºC teria consequências drásticas para o planeta, nomeadamente a subida
do nível das águas.
Nesse sentido, os países mais ricos deverão acordar a
elaboração de um fundo de 100 mil milhões de euros para ajudar os países em
desenvolvimento a lidar com as consequências das alterações
climáticas.
Apesar dos ataques de 13 de Novembro, Paris manteve a
organização desta cimeira, que vai poder contar com a mais alta representação
dos principais líderes mundiais. A COP 21 propõe-se a definir metas para o
futuro no que diz respeito às alterações climáticas e às medidas contra o
aquecimento global, actualizando dos compromissos dos países aquando do
Protocolo de Quioto, assinado em 1997.
Desta vez, algumas das maiores potências mundiais que
estiveram ausentes nesse mesmo acordo vão marcar presença em Paris. Entre os 196
países representados pelas mais altas figuras de Estado e de Governo, vão estar
o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o Presidente chinês, Xi Jinping,
chefes de dois dos países com maior emissão de gases a nível mundial, e que têm
evitado assumir compromissos no que diz respeito ao clima.
Em representação de Portugal vai estar António Costa,
que chega a Paris na segunda-feira para um dos primeiros actos enquanto chefe de
Governo.
Arlinda Brandão
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Fonte: RTP
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