O mau tempo que assolou nesta
segunda-feira o arquipélago dos Açores fechou escolas, tribunais, serviços
municipais e estradas, tendo mais de 1600 passageiros ficado em terra devido ao
cancelamento de dezenas de voos.
O Instituto Português do Mar e
Atmosfera (IPMA) emitiu no domingo um aviso vermelho para as ilhas de São
Miguel e Santa Maria, no grupo oriental do arquipélago, tendo alargado o aviso
para as cinco ilhas do grupo central na tarde de hoje. O aviso vermelho, o mais
grave numa escala de quatro, é identificado pelo IPMA como uma situação
meteorológica de risco extremo, devendo as pessoas acompanhar a evolução das
condições e seguir as orientações da Protecção Civil.
Face às condições meteorológicas
adversas, as escolas dos grupos central e oriental estiveram hoje fechadas e a
Secretaria da Solidariedade Social recomendou o fecho de todas as creches e
jardins-de-infância. Também os pólos de Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e
Ponta Delgada (São Miguel) da Universidade dos Açores estiveram encerrados. À
tarde, fecharam "por cautela" todas as secções dos tribunais do
arquipélago dos Açores, distribuídas por oito das nove ilhas, assim como
algumas câmaras municipais.
Devido ao agravamento do estado
do tempo, ao longo do dia a companhia aérea açoriana SATA cancelou 36 voos,
fazendo com que mais de 1600 pessoas ficassem em terra. Voos de outras
companhias foram também afectados. A SATA assegura, contudo, que se as
condições meteorológicas o permitirem todos os passageiros afectados pelo
cancelamento de voos chegarão aos seus destinos na terça-feira, com a
realização dos voos regulares e extraordinários.
Ao final do dia, o presidente do
Governo Regional, Vasco Cordeiro, efectuou uma deslocação às zonas da costa sul
da ilha de São Miguel mais atingidas pelo mau tempo, onde se inteirou dos
estragos provocados pelo vento forte e pela agitação marítima. Em Ponta Delgada, Vasco
Cordeiro informou que a cabeça do molhe do porto de Ponta Delgada foi
danificada. O governante adiantou que se registou também "um conjunto de
prejuízos em habitações", resultante de inundações, nomeadamente na zona
de São Roque, e ainda danos em "alguns edifícios", incluindo escolas,
assim como em estradas.
Galgamentos generalizados do mar
também foram registados no Porto de Vila do Porto (ilha de Santa Maria), no
Porto das Pipas e na Marina de Angra do Heroísmo (ilha Terceira), no Porto da
Calheta (ilha de São Jorge), no molhe de protecção exterior do Porto das Lajes
do Pico (ilha do Pico) e no molhe-cais do Terminal Marítimo de Passageiros do
Porto da Horta (ilha do Faial).
"De todas estas situações os
efeitos apenas serão devidamente analisados depois da acalmia meteorológica,
que se prevê para as próximas horas, sendo apenas de salientar que a ocorrência
mais expressiva se deu no Porto das Pipas, onde há danos em alguns dos espaços
comerciais ali implantados, bem como no edifício de controlo da Marina de
Angra", acrescentou o comunicado de imprensa da Portos dos Açores.
Às 18h48 locais (menos uma hora
do que em Lisboa), a Protecção Civil dos Açores emitiu um novo comunicado,
dando conta do registo de 146 incidentes relacionados com o mau tempo ao longo
do dia que provocaram 16 desalojados. Cinco situações estavam ainda por
solucionar. Segundo o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros,
registaram-se ainda quatro feridos, um dos quais grave, depois de ser atingido
por uma onda na orla costeira. Mantêm-se fechadas várias estradas nas ilhas
Terceira e São Miguel.
Dos 16 desalojados, todos na ilha
de São Miguel, cinco estão em
Ponta Delgada e já foram realojados. Dos restantes 11, seis
foram entretanto realojados pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, restando
resolver cinco casos, adiantou à agência Lusa fonte da Secretaria Regional da
Saúde, que tutela a Protecção Civil nos Açores.
O IPMA diminuiu depois das 19h o
nível de aviso meteorológico de vermelho para amarelo nos grupos central e
oriental.
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Fonte: PÚBLICO
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