A Câmara Municipal de Vila Real activou
o Plano de Emergência Municipal, devido a um incêndio que está a consumir mato
e pinhal, desde as 16.30 horas desta quarta-feira, e a ameaçar várias aldeias
da Serra do Alvão. O vento forte está a ser o principal obstáculo que os
bombeiros e outras forças da Protecção Civil estão a enfrentar. Encontram-se no
terreno mais de 400 bombeiros a combater o fogo, com cerca de 120 viaturas.
As chamas começaram junto à
aldeia de Paredes e avançaram rapidamente na direcção de Cravelas, Testeira,
Outeiro, Relva, Alto de Borbela, Couto e Lordelo. Fonte da autarquia informou
que algumas pessoas foram retiradas das aldeias de Couto, Relva e Alto de
Borbela, por precaução, por estarem na linha do fogo. Trata-se de idosos
acamados, que estão a ser alojados nas instalações do Regimento de Infantaria
13, em Vila Real.
Chegaram a ser mobilizados oito
aviões e helicópteros, mas o fumo intenso dificultou a actuação dos meios
aéreos que deixaram de operar ao início da noite. O presidente a Câmara, Rui
Santos, sublinhou que "não vai ser uma noite fácil porque o vento não está
a dar tréguas". "O vento é muito forte, com sentidos variados e com projecções
de faúlhas a uma distância considerável e há alguma imprevisibilidade no
sentido em que caminhará o incêndio", explicou. Há preocupação com várias
localidades espalhadas pela encosta da Serra do Alvão "pela incerteza do
vento e dos lados para que onde vai mudando".
Por voltas das 23.45 horas, a
Câmara de Vila Real informou, através da sua página do Facebook, que "a
ligeira melhoria das condições climatéricas tem permitido que a situação no
terreno evolua favoravelmente". "Não há registo de vítimas graves do
incêndio que lavra no concelho e não há danos significativos em
habitações", acrescentou. O autarca lamentou ainda que os dois focos que
deram origem às duas frentes do incêndio, que entretanto se juntaram, tenham
surgido ao final da tarde. "É, obviamente, motivo de perplexidade",
afirmou.
Rui Santos pediu "calma às
pessoas" e deixou a garantia de que "os bombeiros estão a fazer tudo
o que podem". Outeiro era, ao início da noite, uma aldeia coberta de fumo
e onde os residentes olhavam angustiados para o incêndio que rodeia a Serra do
Alvão, com alguns dos seus habitantes concentrados junto a uma das entradas da
localidade, expectantes com a proximidade do fogo, que avançava a grande
velocidade, arrastado por um vento muito forte.
Muitos dos habitantes retiraram o
gado que estava a pastar e trouxeram-nos para a segurança da aldeia na encosta
da Serra do Alvão e outros optaram por regar os quintais e os telhados das
habitações, para prevenir o alastrar do fogo.
Sandra Borges
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Fonte: Jornal de Notícias
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