A estimativa de área ardida no incêndio em Proença-a-Nova é de “15 mil hectares”. As proporções do incêndio são justificadas pelo enquadramento meteorológico severo, com teores de humidade muito baixos, e a falta de descontinuidade florestal que impossibilitou o ataque directo ao fogo.
Segundo notícia do Público, “uma imensa continuidade” de mancha florestal de pinheiro-bravo “que é mais ou menos típica nestas condições” e “o vento, que não abrandou durante os dois primeiros dias”, foram factores combinados que não permitiram que os mais de 1100 operacionais no terreno controlassem o incêndio, que deflagrou no último domingo em Proença-a-Nova, e que acabou por alastrar aos concelhos de Castelo Branco e Oleiros, apenas na quarta-feira.
As afirmações são do presidente do Observatório Técnico Independente (OTI), Francisco Castro Rego, em declarações ao Público. A “paisagem, com uma enorme continuidade [florestal], faz com que a possibilidade de “ataque directo” pelos operacionais seja “reduzidíssimo”. O que é possível e necessário fazer nestas situações é “precaver e retirar as pessoas das habitações e esperar que haja condições” para o combate no terreno, explica.
Pedro Nunes, Comandante Operacional do Agrupamento Distrital de Operações de Socorro do Centro Norte da Autoridade Nacional de Protecção Civil, adiantou “uma estimativa de 15 mil hectares de área ardida”. Informação que ainda “carece, no entanto, de confirmação através da visualização de uma imagem de satélite, usada para o mapeamento dos incêndios de grande dimensão, que nos permita determinar com rigor a área do incêndio”.
Na área ardida inclui-se uma extensão “significativa de regeneração natural de pinheiro-bravo”, notou João Gonçalves, presidente da Direcção do Centro Pinus, lamentando o dizimar desta mancha florestal. “Foi mais uma oportunidade e uma imensa riqueza que o nosso país perdeu, quer do ponto de vista económico e social, quer ambiental, com todas as consequências para a futura qualidade da água e perda de solo”.
A Polícia Judiciária (PJ) está no momento a investigar as causas que causaram o incêndio, mas o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ainda sem conhecer os resultados da investigação, não mostra desde já dúvidas de que este fogo no distrito de Castelo Branco poderá ter tido “uma causa dolosa de natureza criminosa”. Posição semelhante à do presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo.
Com mão criminosa ou não, o que está ainda por provar, certo é que “o enquadramento meteorológico era muito severo. Foi dos dias do ano em que tivemos maior severidade”, testemunhou um técnico no teatro das operações de combate em Proença-a-Nova. “Tivemos uma sucessão de quatro/cinco noites em que os teores de humidade foram muito baixos e chegámos àquele dia com o mínimo teor de humidade da vegetação”.
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Fonte: Interior do Avesso
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