O secretário do Ambiente e Alterações Climáticas do Governo dos Açores, Alonso Miguel, avançou hoje que a região vai ter, até 2023, um sistema de alerta de cheias em bacias de risco para minimizar a possibilidade de inundações. “Trata-se um sistema de alerta de cheias em bacias de risco na região para a minimização de riscos naturais. Tem um valor de 1,9 milhões de euros e a implementação estará concluída até 2023, sendo que, para 2022, já há verba inscrita no valor 700 mil euros”, declarou à Lusa.
Segundo disse, aquele sistema é “importante” uma vez que as inundações mais frequentes registadas no arquipélago ocorrem devido a “cheias rápidas” que resultam de “episódios de precipitação muito intensa” com “consequências por vezes devastadoras”. “As características físicas das nossas bacias hidrográficas, atendendo também ao regime geral, naturalmente torrencial, e atendendo às dimensões pequenas e acentuadas dessas bacias, são aspectos que contribuem para um agravamento da periodicidade desses eventos”, assinalou.
Além dos aspectos geográficos, as alterações climáticas representam “outro risco de factor adicional”, segundo afirmou o governante que é mestre em Engenharia Ambiental e doutorado em Gestão Interdisciplinar da Paisagem. O sistema, que vai ser totalmente financiado pelo REACT-EU (um programa da União Europeia dedicado às políticas de coesão), vai permitir detectar “atempadamente os movimentos de massa” que possam “provocar a obstrução dos cursos de água”.
Aquele sistema vai também facultar a observação em tempo real das “condições de escoamento” e calcular os tempos de validação. “Vai dar também oportunidade de fazer tempos de validação. Ou seja, o tempo que cada gota de água que cai no ponto mais distante da linha leva até chegar à secção que define o limite dessa bacia”, afirmou o governante. Alonso Miguel realçou ainda que vão existir “estações hidrométricas para analisar em tempo real as condições meteorológicas”.
A forte precipitação que hoje se faz sentir nos Açores já provocou várias inundações em habitações nas ilhas de São Miguel e Terceira e em várias vias públicas, disse à Lusa fonte da Protecção Civil. Já a 28 de Setembro, cinco casas das freguesias açorianas de Mosteiros e Sete Cidades, na ilha de São Miguel, tinham ficado sem condições de habitabilidade, na sequência da forte chuva.
Alonso Miguel disse não ser possível quantificar os custos dos prejuízos provocados pelo mau tempo, uma vez que as operações têm tido a “intervenção de vários departamentos do governo”, da Protecção Civil e da Câmara Municipal de Ponta Delgada. “Saber quanto é que foi o impacto financeiro destas chuvas, nomeadamente nos Mosteiros e Sete Cidades, eu julgo que ainda não é possível fazer”, concluiu.
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Fonte: JM Madeira
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