8635. Ilha Terceira (Açores)

Situado no meio do Oceano Atlântico, a cerca de 1.400 quilómetros da costa de Portugal, o arquipélago dos Açores é uma região autónoma composta por nove ilhas e que abriga quase um quarto de milhão de pessoas. As ilhas estão agrupadas em três grupos em uma cadeia que abrange 600 quilómetros (370 milhas) através da Dorsal Meso-Oceânica. O grupo de ilhas mais ocidental fica na placa tectónica norte-americana, enquanto os grupos central e oriental ficam na placa da Eurásia.

As ilhas dos Açores começaram a se formar há cerca de 10 milhões de anos sobre um “mantle hotspot”, semelhante à formação das ilhas havaianas. No entanto, ao contrário do Havai, que fica no meio de uma placa tectónica, os Açores ficam na borda.

As placas norte-americana, euro-asiática e africana se encontram para formar a junção tripla dos Açores – um tipo incomum de limite de placa onde três cristas divergentes se encontram. (A maioria das junções triplas envolve uma zona de subducção onde as placas convergem.) As placas norte-americana e euro-asiática estão se afastando a uma taxa de 2 a 5 centímetros (0,75 a 2 polegadas) por ano, uma velocidade média para um centro de expansão. As placas euro-asiática e africana, no entanto, estão divergindo a uma taxa hiperlenta de 2 a 4 milímetros (0,08 a 0,16 polegadas) por ano ao longo dos 550 quilómetros (340 milhas) do Rift Terceira.

A fenda passa pela ilha Terceira, mostrada na imagem acima, que foi adquirida no dia 3 de Janeiro de 2020, pelo Operational Land Imager (OLI) no Landsat 8. Esta ilha de 400 quilómetros quadrados no centro dos Açores formou-se há cerca de 400.000 anos. No extremo oeste, a Serra de Santa Bárbara eleva-se ao ponto mais alto da ilha a 1.021 metros (3.350 pés) acima do nível do mar.

Quase um quarto da ilha, dominada por florestas e pastagens, foi designada como reserva natural protegida. Estes incluem a Reserva Florestal Natural Biscoito da Ferraria a norte e a Serra de Santa Bárbara a oeste.

 

Esta vista detalhada mostra as características vulcânicas da Serra de Santa Bárbara. O pico inclui uma caldeira dupla, que se formou a partir de colapsos de cume 25.000 e 15.000 anos atrás. Também são visíveis pequenas cúpulas lávicas que se formaram no flanco leste em 1761 durante a última erupção vulcânica ocorrida em terra na Terceira.

Os flancos do vulcão são cobertos por campos agrícolas e pastagens. Os Açores são famosos pela produção de vinho e chá, bem como pelo gado, que foi trazido pelos colonizadores no século XV. Quando as armadas dos impérios ibéricos dominavam os mares, os Açores eram um porto de descanso e reabastecimento para os navios no meio do Atlântico. Isto foi possível graças a um ancoradouro em águas profundas em Angra do Heroísmo (“Baía do Heroísmo”). O porto é abrigado pelo Monte Brasil, um extinto cone vulcânico de 200 metros de altura ligado à costa sul da ilha. A segunda maior cidade é a Praia da Vitória (“Praia da Vitória”). Ambas as cidades foram nomeadas pela rainha Maria II no início da década de 1830 para comemorar as vitórias na guerra civil portuguesa.

A actividade vulcânica mais recente da ilha ocorreu debaixo d'água na Serra Vulcânica da Serreta, que fica a cerca de 10 quilómetros (6 milhas) a oeste da ilha. Essa erupção começou em Dezembro de 1998 e continuou até Março de 2000. Durante essa erupção, uma pluma submarina emitiu balões de basalto. Essas bolhas quentes de lava basáltica contêm gases vulcânicos que se expandem, fazendo com que as bolas de lava influem e flutuem para a superfície. Uma vez que o gás se dissipa e a lava é extinta pela água do mar, as rochas ígneas recém-formadas afundam de volta ao fundo do mar.

 

Imagens do Observatório da Terra da NASA por Lauren Dauphin, usando dados Landsat do US Geological Survey. História de Sara E. Pratt.

 

Fonte: Earth Observatory