Os recordes sucessivos na temperatura média do planeta fizeram com que a primeira semana de julho fosse a mais quente da história, com média de 17,23ºC. Segundo especialistas ouvidos pela "BBC", embora tenham sido projetados, os recordes quebrados chegaram mais rápido do que o esperado. Isso, segundo eles, deve manter os governos de todo o hemisfério norte em alerta.
"Estamos entrando em um terreno desconhecido", alertou a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) na última semana. Para a pesquisadora Hannah Cloke, especialista em mudanças climáticas da Universidade de Reading, no Reino Unido, o cenário é "muito assustador", já que o calor extremo não diminui no hemisfério norte, e pode ter "consequências fatais" para a população.
Apenas na Europa, cerca de 61 mil pessoas morreram com a onda de calor que ocorreu em 2022, disse Hannah. Agora, existem alertas de temperatura na Europa, Ásia e nos Estados Unidos, uma situação que, segundo a especialista, parece estar "saindo do controle". O fenômeno, atribuído à mudança climática e ao El Niño que se desenvolve no Pacífico, deve piorar. Entenda em quatro pontos:
China registra temperatura mais alta
Em janeiro, várias regiões ao norte da China enfrentaram uma onda de frio extremo, com temperaturas atingindo -50ºC. Agora, o quadro é diferente. No último domingo, o termômetro marcou 52ºC em Xinjiang, o mais alto já registrado no país — o recorde anterior do país era de 2015, com 50,3ºC. A expectativa é a de que o calor extremo se estenda por pelo menos mais cinco dias nesta região.
Estados Unidos em alerta
Nos Estados Unidos, quase um quarto da população está sob alertas de calor extremo. Em El Paso, no Texas, as temperaturas ficaram acima de 38ºC por 32 dias consecutivos, superando o recorde anterior de 26 dias, informou a "BBC". Além disso, cientistas estão preocupados com o Arizona, já que o clima não melhora nem durante a noite.
Em Death Valley, na Califórnia, o recorde de calor já registrado no planeta pode ser quebrado. No último domingo, a região atingiu 53ºC. A máxima já alcançada foi 56ºC, em 1913. De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, o clima deve ser "instável" no início desta semana, o que pode incluir chuvas excessivas que podem causar inundações repentinas no país.
Recordes continentais
A Espanha, Itália e Grécia sofrem com temperaturas extremas há vários dias. Mas, nesta semana, é esperada uma nova onda de calor, batizada por agências meteorológicas italianas como "Caronte". O nome é uma homenagem ao monstro da mitologia grega que atuava como o barqueiro dos mortos. Nas ilhas da Sardenha e Sicília, por exemplo, são projetadas temperaturas de 46ºC.
A temperatura mais alta já registrada na Europa foi de 48,8ºC em agosto de 2021, na Sicília. A onda de calor que afeta o Mediterrâneo deve se intensificar no meio desta semana, e provavelmente continua no próximo mês em partes do continente. O norte da África também tem visto altas temperaturas, com previsão de até 49ºC no Marrocos.
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Fonte (texto e imagem): Globo
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