Um nevoeiro denso e muito baixo “invadiu” ontem a costa sul da Madeira e causou espanto e receio a inúmeras pessoas que assistiram a este fenómeno raro e local.
Durante a manhã de ontem, o nevoeiro engoliu as zonas urbanas entre a Calheta e Machico, o que levou, inclusivamente, ao condicionamento do Aeroporto da Madeira. Neste sentido, foram cancelados quatro voos, dois divergiram para Lisboa e vários sofreram atrasos. Os passageiros dos voos cancelados foram protegidos por outros voos.
O fenómeno atingiu também o Porto Santo, criando condicionamentos às ligações aéreas naquela ilha.Muitas pessoas não entendiam o que viam, algumas até temeram o aparecimento de uma «tempestade», e por isso o Instituto de Meteorologia da Madeira recebeu muitas chamadas telefónicas de pessoas que pediam explicações. Mais contactos até do que no dia anterior, em que, tal como o JM noticiou na edição de ontem, o mesmo fenómeno acontecera mas no Caniço e em algumas freguesias de Machico.
O JORNAL da MADEIRA contactou ontem a observadora do Instituto de Meteorologia, Luisa Melo, e obteve a explicação científica para o sucedido. «Nós estamos com vento bastante quente e húmido do quadrante sul. A temperatura dessa massa de ar é bastante superior à da temperatura do mar», começou por dizer a observadora, concluindo que devido a essas circunstâncias há, junto ao mar, «condensação intensa e forma-se o nevoeiro».
O que as pessoas viram foi «o nevoeiro do mar a vir até terra, trazido pela brisa do mar». O nevoeiro dissipou-se ao longo do dia devido ao «aquecimento diurno». Luisa Melo diz que se as condições se mantiverem hoje, o fenómeno poderá repetir-se. Mas, na realidade, o Instituto não consegue antecipar estas raridades, pois as suas «previsões são gerais».
O que é seguro dizer-se é que há uma alteração das condições neste fim-de-semana, pois está previsto para sábado céu pouco nublado e para o domingo alguns aguaceiros. A raridade deste «fenómeno local», tal como classifica a observadora, fez com que o Instituto de Meteorologia fosse apanhado de «surpresa», embora o fenómeno seja explicável.
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Fonte: Jornal da Madeira
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