Delegações de 145 países e investigadores sobre o Ambiente vão debater ao longo desta semana, na localidade espanhola de Valência, as propostas para o quarto e último relatório a ser produzido este ano pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas. O encontro será dominado pela tensão, pelo menos a julgar pelas declarações do representante da ONU para o clima, com a responsabilidade de produzir o documento final.
Ivo De Boer, que recebe em Dezembro o Prémio Nobel da Paz juntamente com Al Gore, declarou que ignorar a importância do aquecimento global será “nada menos que irresponsabilidade criminal”.
Hoje começa a discussão sobre o estado do aquecimento global e as medidas a adoptar para impedir o seu aumento. O texto que daqui resultar será o primeiro a incluir um capítulo sobre “fortes descobertas e cruciais incertezas”, que reunirá as maiores certezas e dúvidas sobre as mudanças climáticas. O documento final deverá reunir os temas consensuais sobre o ritmo de evolução e os efeitos do aquecimento global e as medidas a adoptar para prevenir a subida contínua das temperaturas.
Entre as incertezas deverão contar-se a falta de informação relativa a importantes áreas geográficas, os estudos antagónicos sobre os efeitos da camada de ozono e as projecções sobre as decisões relativas ao clima nos países em desenvolvimento. “Vamos resumir em que tipo de coisas temos confiança e o que é menos certo. Isto pode ser uma discussão muito complexa”, afirmou um dos 40 autores.
Os temas que são desejados por alguns países podem ser evitados por outros. A linguagem adoptada e a selecção dos temas políticos já suscitaram as críticas dos países. Um dos grupos observadores convidados criticou os governos de “cortarem factos vitais e informação importante”. O texto que resultar desta reunião vai ser a principal base de trabalho para os delegados que no próximo mês forem a Bali, na Indonésia, para participar na conferência que vai definir a nova estratégia para reduzir os efeitos de estufa após a expiração da primeira fase do Protocolo de Quioto em 2012.
Raquel Ramalho Lopes
Raquel Ramalho Lopes
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Fonte: RTP
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