As alterações da temperatura alteram o ciclo de vida dos vectores que provocam as doenças. Por isso, a Direcção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com as administrações regionais e o Instituto Ricardo Jorge, está a desenvolver o programa “Revive”, que visa controlar, em cada região, as doenças transmitidas pelos mosquitos ou pelas carraças. A Febre do Nilo é um dos exemplos de doenças que podem surgir em Portugal devido às alterações do clima, o que implica alterar a estratégia de vacinação.
“Daqui a 20 ou 30 anos podemos ter uma política de vacinação diferente da que hoje temos”, refere Paulo Diegues, chefe da divisão de Saúde Ambiental da DGS. O risco em relação à Febre do Nilo é, neste momento, considerado baixo, mas poderá aumentar para médio, dado que as previsões meteorológicas apontam para um aumento dos períodos de calor.
Além de novas doenças, as alterações do clima e da poluição aumentam a tendência para problemas respiratórios, que deverão passar a ser mais frequentes. Paulo Diegues sublinha, no entanto, que está nas mãos de todos tomar medidas que não prejudiquem o planeta e que passam por um estilo de vida diferente, utilizando, por exemplo, mais os transportes públicos.
“É uma maneira de diminuir o CO2, que é um dos gases que influenciam a formação do ozono troposférico. Ora, o ozono é um gás com efeitos em termos de saúde, porque potencia a asma”, explica o especialista, acrescentando: “os problemas respiratórios têm, [por seu lado,] implicações na parte cardiovascular”, o que, com uma temperatura mais elevada e pessoas menos activas e mais obesas, piora as condições gerais de saúde.
“Vamos chegar a um ponto em que os decisores políticos vão ter de restringir a liberdade das pessoas”, alerta Paulo Diegues.
MG/Joana Bénard da Costa * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Fonte (Texto e imagem): Renascença
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