terça-feira, 5 de agosto de 2008

1933. Escolas da Beira Interior com níveis elevados de radão

As escolas da Beira Interior revelaram níveis “preocupantes” de radão, alertou uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra. O coordenador do estudo não ficou surpreso com a conclusão, porque no interior do país as concentrações de radão são mais elevadas.
Se a concentração do gás radioactivo nos solos, ar e água atingir proporções elevadas, o radão pode constituir um factor de risco para o ambiente. “Em 30 por cento dos casos os valores estavam acima do limite disposto na legislação nacional sobre a qualidade do ar em edifícios públicos (400 Bq.m-3), em 11 por cento dos locais a concentração de gás radão ultrapassava 1000 Bq.m-3. O valor máximo determinado foi de 2796 Bq.m-3”, refere o estudo.
O coordenador da equipa do Laboratório de Radioactividade Natural da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra comentou que esta “não é uma situação inesperada”. Segundo explicou Alcides Pereira “a área do interior tem esse problema, onde as concentrações de radão são mais elevadas”.
O estudo foi realizado ao longo dos últimos quatro anos, em 50 escolas das capitais dos distritos de Vila Real, Viseu, Guarda, Coimbra e Castelo Branco. “Os valores mais preocupantes de radão foram registados, na sua maioria, em estabelecimentos de ensino localizados na Beira Interior”, confirmou o docente universitário.
Alcides Pereira recusou identificar as unidades de ensino, mas referiu que a comunicação social do distrito de Castelo Branco tem divulgado algumas situações. A detecção de gás radioactivo verificou-se na capital de distrito e nos concelhos adjacentes. Esse facto é explicado pela “situação geológica do interior”, que favorece a generalização de situações.
Os casos mais graves estão identificados e foram avisadas as direcções das escolas, assim como algumas autarquias e a Direcção Regional de Educação do Centro. O coordenador referiu que o estudo “é uma amostragem, não é um rastreio sistemático” e sublinhou que existe uma solução para os problemas.
Os autores do estudo pretendem alertar para a importância das indicações reveladas pelo estudo geológico no contexto do plano de intervenções nos edifícios escolares. “No caso de um edifício que se encontre em fase de projecto, o estudo geológico prévio do terreno permite aferir o potencial de risco do radão e propor medidas de correcção, se necessárias, as quais têm um custo insignificante no valor total da obra”, argumenta o responsável pela equipa. “Temos vindo a alertar as entidades para isso e a nossa dúvida é se o nosso alerta está a ser tido em conta ou não”, concluiu Alcides Pereira.
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Fonte: RTP

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