Mau tempo longe de terminar pode fazer mais estragos - O mau tempo vai manter-se pelo menos até sábado. Chuva intensa, "bastante significativa nas regiões do Norte e Centro", vento moderado a forte, que poderá atingir os 120 km/h nas terras altas, "eventual queda de neve" nos pontos mais altos do Interior Norte e Centro e agitação marítima, com ondas que podem chegar a seis metros, são as previsões meteorológicas para a entrada em 2010.
Região Oeste, Grande Porto e ilhas têm sido as mais afectadas. Ainda ontem, uma parte do paredão da cascata do Mouchão Parque, em Pernes, concelho de Santarém, desabou, havendo perigo de novas derrocadas.
O primeiro balanço dos estragos na Região Oeste aponta para um prejuízo de 53 milhões de euros só no concelho de Torres Vedras, avançou ontem o governador civil de Lisboa, que adiantou ainda que, no sector agrícola, dos 600 hectares de estufas houve "perda total em 250" e outros tantos ficaram parcialmente danificados.
Na Madeira, além dos voos cancelados, o concelho de Ponta do Sol está sem água potável há uma semana, devido a uma derrocada que danificou o sistema de distribuição da zona, afectando 70% da população. "Estão a ser abastecidos por autotanques; só têm água para cozinhar e para actividades que não impliquem ingestão [imediata]", esclareceu o autarca de Ponta do Sol Rui Marques.
Desde a semana passada a companhia aérea açoriana SATA foi obrigada a cancelar vários voos. A situação começou a ser regularizada ontem, com 45 ligações entre ilhas, numa operação que incluiu voos extraordinários para S. Miguel, Terceira, Santa Maria, Graciosa e S. Jorge.
Na quarta-feira, 50 mil clientes da EDP ficaram sem luz e sem aquecimento, afectados por avarias que provocaram cortes no abastecimento aos concelhos de Torres Vedras, Lourinhã, Peniche e Caldas da Rainha, bem como na zona da Sertã. Face aos prejuízos, o eurodeputado Paulo Rangel, coordenador dos eurodeputados do PSD no Parlamento Europeu e vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu, mostrou ontem disponibilidade para ajudar o governo a obter um Fundo de Solidariedade da UE.
Como explicou a eurodeputada Maria da Graça Carvalho, este apoio "pode ser utilizado se a catástrofe natural causar prejuízos que afectem a maior parte da população da região em causa e tiver repercussões graves e duradouras para as suas condições de vida e estabilidade económica".
No Porto, inundações, desalojados e acidentes foram as principais consequências do mau tempo, que está longe de terminar e deixou a cidade num "pandemónio" - expressão utilizada pelos Bombeiros Voluntários da Areosa-Rio Tinto -, com 15 famílias a terem de abandonar as suas casas. Sara Sanz Pinto (Fonte: Jornal I)
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