A ausência de precipitação tem sido uma constante que está a marcar a Região. Esta infeliz ocorrência de seca profunda está a ter consequências desastrosas para a Agricultura. A alimentação animal escasseia e os agricultores estão a utilizar as reservas alimentares que guardavam para o período invernal. A agravar a produção de milho não vai atingir os resultados desejados, em determinadas zonas nem metade do esperado. Em todo este sentido, prevê-se um período invernal igualmente difícil. Aliás, o milho silagem é o único alimento energético localmente produzido.
Na verdade, a Agricultura é uma actividade diferente das outras, é uma laboração ao ar livre, isto é, os seus profissionais têm de conviver com vários elementos que não controlam, trabalham com organismos vivos e estão expostos às variações das condições climatéricas que, pelo que parece, estão num processo de alteração. Uma autêntica caixinha de surpresas. Neste momento o clima é dos maiores imponderáveis para os agricultores, quando semear ou colher tornaram-se em incertezas que dificultam a gestão e o planeamento das explorações agrícolas. Além disso, os Agricultores também estão fatigados de serem uma das actuais variáveis de ajustamento deste mundo em permanente mudança, pelo que surgem medos e receios e os jovens fogem desta actividade que não apresenta segurança económica.
Produzir bens agrícolas passou a ser uma tarefa arriscada nos nossos tempos onde não há espaço para previsibilidades positivas dos rendimentos. As políticas não são de longa duração e a agricultura exige acções de longo tempo, porque esta actividade possui ritmos muito próprios. Mas as sequelas desta seca poderão desenvolver outras consequências bem mais difíceis de superar, por exemplo, poderão levar a que os Açores caminhem para ser uma Região com cada vez menos produção própria, com poucas reservas alimentares e, como tal, crescentemente mais permeável às inundações de produtos agrícolas oriundos tanto da Europa como de outros Continentes. Ou seja, o Arquipélago ficará mais dependente da alimentação importada quer animal como humana. Note-se que a estratégia deve ser para haver uma dependência interna de forma sustentável, diversa e segura.
Mas é possível minimizar estes constrangimentos, desde logo com uma maior proximidade à investigação e à experimentação, por exemplo, na procura de variedades mais resistentes à seca e no estabelecimento de um serviço de informação meteorológica que de forma antecipada permita melhorar as decisões agrícolas tomadas pelos agricultores. Julgo, todavia, que se impõe, e no caso de se continuar a verificar a ausência de precipitação, a existência de um programa do restabelecimento do potencial produtivo das pastagens. É, assim na realidade a água um elemento vital há vida e por isso nem plantas, nem animais, nem humanos conseguem viver sem ela. A sua importância é tão elevada que há quem diga que as próximas grandes guerras já não serão travadas pelo petróleo mas sim pela posse da água.
António Ventura
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Fonte: A União
Na verdade, a Agricultura é uma actividade diferente das outras, é uma laboração ao ar livre, isto é, os seus profissionais têm de conviver com vários elementos que não controlam, trabalham com organismos vivos e estão expostos às variações das condições climatéricas que, pelo que parece, estão num processo de alteração. Uma autêntica caixinha de surpresas. Neste momento o clima é dos maiores imponderáveis para os agricultores, quando semear ou colher tornaram-se em incertezas que dificultam a gestão e o planeamento das explorações agrícolas. Além disso, os Agricultores também estão fatigados de serem uma das actuais variáveis de ajustamento deste mundo em permanente mudança, pelo que surgem medos e receios e os jovens fogem desta actividade que não apresenta segurança económica.
Produzir bens agrícolas passou a ser uma tarefa arriscada nos nossos tempos onde não há espaço para previsibilidades positivas dos rendimentos. As políticas não são de longa duração e a agricultura exige acções de longo tempo, porque esta actividade possui ritmos muito próprios. Mas as sequelas desta seca poderão desenvolver outras consequências bem mais difíceis de superar, por exemplo, poderão levar a que os Açores caminhem para ser uma Região com cada vez menos produção própria, com poucas reservas alimentares e, como tal, crescentemente mais permeável às inundações de produtos agrícolas oriundos tanto da Europa como de outros Continentes. Ou seja, o Arquipélago ficará mais dependente da alimentação importada quer animal como humana. Note-se que a estratégia deve ser para haver uma dependência interna de forma sustentável, diversa e segura.
Mas é possível minimizar estes constrangimentos, desde logo com uma maior proximidade à investigação e à experimentação, por exemplo, na procura de variedades mais resistentes à seca e no estabelecimento de um serviço de informação meteorológica que de forma antecipada permita melhorar as decisões agrícolas tomadas pelos agricultores. Julgo, todavia, que se impõe, e no caso de se continuar a verificar a ausência de precipitação, a existência de um programa do restabelecimento do potencial produtivo das pastagens. É, assim na realidade a água um elemento vital há vida e por isso nem plantas, nem animais, nem humanos conseguem viver sem ela. A sua importância é tão elevada que há quem diga que as próximas grandes guerras já não serão travadas pelo petróleo mas sim pela posse da água.
António Ventura
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Fonte: A União
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