As emissões de dióxido de carbono
farão a temperatura média global aumentar 2ºC até 2052, e até 2,8ºC até 2080,
já que dificilmente os governos e os mercados tomarão medidas suficientes
contra as alterações climáticas. Um relatório divulgado pelo centro internacional
de estudos Clube de Roma, com sede na Suíça, avalia que as alterações climáticas
devem-se tornar incontroláveis na segunda metade do século se não for contida
na primeira metade. O documento estima que a população global atingirá o auge
em 2042, com 8,1 mil milhões de habitantes, e que o crescimento económico se
desacelerará sensivelmente nas economias avançadas.
"É improvável que os
governos aprovem as regulamentações necessárias para forçar os mercados a
alocarem mais dinheiro para soluções climáticas, e não devemos assumir que os
mercados irão funcionar para o benefício da humanidade", disse Jorgen
Randers, autor do estudo. "Estamos a emitir cada ano o dobro dos gases do
efeito estufa que são absorvidos pelas florestas e oceanos do mundo. Esse
excesso irá piorar e vai atingir o auge em 2030.
Em 2010, países de todo o mundo concordaram
em reduzir as suas emissões de modo a manter neste século o aquecimento médio
global em 2 graus Célsius acima dos níveis pré-industriais. Mas o relatório do
Clube de Roma prevê que esse limite será alcançado bem antes do final do
século. Cientistas dizem que, depois do limite dos 2 graus, o mundo poderá
enfrentar uma catástrofe climática.
Randers disse que em 2052 o
consumo per capita na China já deve ser de pelo menos dois terços do consumo
nos EUA, e que o crescimento médio de 14 grandes nações emergentes, incluindo
Brasil, Índia e África do Sul, deve triplicar nos próximos 40 anos. "Esse
crescimento irá melhorar o padrão de vida para muitos, mas terá um custo para o
clima global. Embora o crescimento não deva ser tão explosivo na China, será
forte o suficiente para manter as emissões dessas nações crescerem até a década
de 2040", acrescentou.
Já as economias dos EUA e Europa,
mais maduras, terão declínio ou estagnação no consumo, e isso deverá evitar o
esgotamento dos recursos globais de petróleo, água e alimentos até 2052. Um
novo acordo climático global, envolvendo pela primeira vez a China e os EUA,
que são os dois maiores poluidores do mundo, deve ser definido até 2015, para
entrar em vigor até 2020 – data que especialistas dizem que deve ser tarde
demais para limitar os danos.
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Fonte: O Documento
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