quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

4646. Ciência cada vez mais próxima da Natureza na previsão do tempo

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As observações tradicionais aliadas às novas tecnologias fazem da previsão do tempo uma ciência cada vez mais exata. É do Centro de Previsão e Vigilância Meteorológica dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), atualmente a funcionar no aeroporto de Ponta Delgada, que saem todos os dias as previsões do estado do tempo que vão afetar positiva e negativamente milhares de açorianos nos dias seguintes.
O Centro de Previsão deveria funcionar 24 horas por dia mas por falta de pessoal, o período entre a 1 e as 5 da manhã está neste momento a descoberto, embora sempre que haja um alerta que o justifique, é feito um período extraordinário de trabalho para cobrir as 24 horas. A simulação feita todos os dias às 12 horas é a que serve de referência para as seguintes, sendo que a previsão do estado do tempo é feita com base na aplicação de modelos numéricos de previsão do tempo que fazem aproximações cada vez mais fidedignas da realidade.
Esses modelos utilizam os dados da pressão atmosférica, da temperatura, da humidade e do vento e alimentam-se das informações que vêm, quer das tradicionais observações de superfície e dos balões meteorológicos, quer das mais recentes imagens de satélite e informações de radares meteorológicos. As equações desses modelos meteorológicos permitem avaliar as condições do estado do tempo à superfície, mas também nas várias camadas da atmosfera numa perspetiva tridimensional. Ou seja, o meteorologista consegue através desses modelos ‘compreender’ como se comporta a atmosfera e como ela vai evoluir nas próximas horas, nos próximos dias ou até num determinado local.
Atualmente, a previsão é feita até cinco dias, o que mostra bem o ponto de evolução dos modelos de previsão. Conforme refere o delegado regional do IPMA, Diamantino Henriques, longe vão os tempos em que não se acreditava na Meteorologia e havia a ideia feita de que a previsão para os Açores nunca acertava, devido à variabilidade do estado do tempo nas nossas ilhas. “Hoje, consegue-se prever com três dias de antecedência com a mesma certeza com que há trinta anos se previa para o dia seguinte”, afirma, algo que se deve sobretudo à cada vez maior inclusão nos modelos dos bastante mais abrangentes e fiáveis dados de satélites e radares. Até há pouco tempo atrás, o IPMA recorria a uma rede de colaboradores que recolhia pelas ilhas os dados da temperatura do mar e da quantidade de precipitação. Contudo, essa rede ‘desfez-se’ quando o Estado obrigou a que esse serviço fosse registado nas Finanças e alvo de um contrato, fazendo com que o trabalho burocrático não compensasse o rendimento.
E se é verdade que se dá mais pelo trabalho da Meteorologia no inverno, devido aos alertas de mau tempo, Diamantino Henriques lembra que no verão o trabalho do IPMA não perde importância, seja nas previsões para a atividade turística, seja a prever o índice ultravioleta para saber se é mais ou menos perigosa a exposição ao sol, seja ainda, no caso do Continente ou da ilha da Madeira, para avaliar o risco de incêndio florestal. Além disso, nos Açores, por haver aeroportos ou aeródromos em todas as ilhas, o trabalho da Meteorologia é fundamental para garantir a segurança da operação dos aviões no inverno e no verão.
Rui Jorge Cabral
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