No
Funchal, cerca de mil pessoas foram retiradas de casas e hotéis. O Hotel
Choupana Hills, de cinco estrelas, foi consumido pelas chamas. Há três mortos e
300 pessoas entraram nas urgências.
O
presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, confirmou, em
conferência de imprensa, as três vítimas mortais e sublinhou que três centenas
foram observadas nos hospitais. Miguel Albuquerque refere a maioria já obteve
alta, mas cerca de oitenta pessoas ainda estão sob observação. O governante
admite que a situação é agora mais calma, mas ainda há preocupação com o que se
passa nas zonas do Transval, Boa Nova e também na Calheta.
O
Governo Regional da Madeira vai reunir-se de emergência ainda esta manhã na
sede do executivo. A reunião irá realizar-se depois do presidente do governo
regional, Miguel Albuquerque, visitar as zonas mais afectadas pelos incêndios,
as zonas da Boa Nova e Choupana.
As
3 mortes ocorreram na zona da Pena, na freguesia de Santa Luzia, na travessa
Silvestre Quintino de Freitas, sendo moradores de duas das residências
atingidas pelo fogo. Na terça-feira, fonte do Governo regional já tinha
adiantado a morte de uma idosa que estava acamada numa das habitações afectadas.
A mesma fonte do governo regional adiantou que uma pessoa está dada como desaparecida.
Realojamentos
continuam a ser necessários – Rubina Leal, secretária regional para a Inclusão
e Assuntos Sociais adianta que está a ser preparado um novo abrigo na zona de
São Gonçalo para quem ficou sem casa. "Há casas ardidas e pessoas que
estão a ser retiradas para um centro de acolhimento que fica na freguesia mais
próxima de Santa Maria Maior, em São Gonçalo".
"Temos
cerca de mil deslocados de casas e hotéis, são residentes e turistas. Cerca de
600 estão no Regimento de Guarnição n.º 3 (Exército), 300 estão no estádio dos
Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho", afirmou à agência Lusa
Paulo Cafôfo pelas 03:00, quando se encontrava neste último local e já depois
de ter passado pelas instalações do Exército. Assinalando ser
"impossível" fazer, neste momento, a contabilidade do número de
edifícios que arderam, porque a preocupação está centrada na "intervenção
rápida e eficaz" no combate ao incêndio, Paulo Cafôfo confirmou, contudo,
que o emblemático hotel Choupana Hills ardeu.
O
autarca adiantou que as pessoas estão a ser acompanhadas com apoio psicológico
e por voluntários e, "embora desgostosas com o que se está a passar, estão
tranquilas". O presidente do maior município da Região Autónoma da Madeira
acrescentou àquela hora existirem duas situações a gerar "maior
preocupação", o incêndio no núcleo histórico de São Pedro e um
reacendimento nas Babosas, no Monte.
No
primeiro caso, Paulo Cafôfo esclareceu que "se se mantiverem as condições
meteorológicas, serão necessárias mais duas ou três horas de trabalho",
acreditando que "o pior já passou, mas ainda há o combate ao fogo em
alguns edifícios, a que se segue a fase de rescaldo". Na zona das Babosas,
que "já tinha tido problemas, está com reacendimento e estão a ser
deslocados meios para o local".
As
chamas deflagraram nas zonas altas do Funchal, em São Roque, pelas 15:30 de
segunda-feira e, na terça-feira à noite, o fogo desceu à baixa do Funchal,
havendo ainda incêndios a lavrar noutros concelhos da ilha. As elevadas
temperaturas e o vento forte têm estado a dificultar as operações de combate às
chamas.
Ponto
da situação às 2h00 – O presidente da Protecção Civil da Madeira disse hoje que
há duas frentes de fogo por controlar nos concelhos da Calheta e Câmara de
Lobos e que vários focos de incêndio no Funchal continuam a preocupar os
bombeiros. Luís Néri disse à Lusa, por volta das 2:00, que no caso do concelho
da Calheta o fogo ameaça casas, sem conseguir precisar quantas.
A
previsão em relação às duas frentes de fogo não dominadas na Calheta e Câmara
de Lobos é que "infelizmente continuem durante a noite", mas há a expectativa
de que, com "o pequeno arrefecimento" nocturno e durante a madrugada,
sejam dominadas durante a manhã, afirmou. Quanto ao "teatro de operações
do Funchal", Luís Néri disse que há "quatro ou cinco áreas" que
continuam a preocupar as autoridades, "porque estão com alguma actividade,
principalmente uma no centro da cidade, na zona de São Pedro".
"Temos
também a zona do Livramento e da Choupana. E depois temos três ou quatro focos
que vão surgindo, vão diminuindo, vão tornando a ficar com alguma potência e
acabamos por estar aqui divididos em todo este esquema", acrescentou. Segundo
Luís Néri, alguns destes focos estão controlados, mas há reacendimentos,
obrigando a novas intervenções, à mobilização de mais meios e à sua deslocação
de um ponto para outro. "Mas felizmente que agora à noite arrefeceu
qualquer coisa e o vento também abrandou e vamos ver se conseguimos recuperar
agora durante a noite e depois amanhã também durante o dia, apesar de as
previsões das condições meteorológicas não serem as melhores",
acrescentou.
O
presidente do Serviço de Protecção Civil da Madeira disse ainda ser difícil
fazer um balanço neste momento das habitações afectadas pelo fogo no Funchal,
remetendo para uma avaliação após o nascer do dia. Um balanço provisório das
autoridades regionais referia pelo menos 37 casas ardidas e dezenas de
desalojados na zona histórica do Funchal. O presidente da câmara da cidade,
Paulo Cafôfo, disse à TSF que um dos edifícios consumidos pelas chamas é o de
um hotel situado na zona da Choupana. Esse número já estará desactualizado.
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Fonte:
TSF
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