Posicionamento do anticiclone dos
Açores, que está deslocado para oeste em relação ao normal nesta época do ano,
é o principal responsável pelos muitos dias de temperaturas baixas que têm
caracterizado este verão. Os termómetros não vão subir nos próximos dias. E Agosto
não será melhor
O mês de Julho regista, até
agora, o valor médio da temperatura máxima mais baixo dos últimos 30 anos. A
culpa é do posicionamento atípico do Anticiclone dos Açores, que está deslocado
para oeste em relação ao que é normal nesta época do ano. "Verifica-se que
o valor médio da temperatura máxima do ar no período de 01 a 18 de Julho
apresenta um desvio em relação ao valor normal mensal de -1,6°C [graus
Celsius], sendo até 18 de Julho o valor mais baixo dos últimos 30 anos",
de acordo com informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Por exemplo, nos dias 12, 14 e 15
Julho, as temperaturas máximas nas regiões do sul foram de menos quatro graus
Celsius do que o normal. Já nos primeiros 13 dias de Junho, os valores de
temperatura máxima tinham sido inferiores ao normal em todo o território.
Contudo, seguiu-se um período quente, entre 15 a 25 de Junho -- altura em que
ocorreu uma onda de calor, na região norte e em alguns locais do centro - e um
período normal, entre 26 e 30 de Junho.
Em Junho e na primeira metade de Julho,
a situação meteorológica foi "determinada por um ou mais núcleos
anticiclónicos localizados sobre o Atlântico, cuja acção se fazia sentir desde
a região dos Açores, para nordeste, até à Escandinávia, enquanto a Península
Ibérica esteve sob a influência de depressões, com expressão em altitude, e
pela passagem de superfícies frontais de fraca actividade", de acordo com
a explicação científica do IPMA.
À Lusa, a meteorologista do IPMA
Sandra Correia explicou que o posicionamento do anticiclone dos Açores é
determinante para as condições meteorológicas em Portugal. Este anticiclone, cuja
posição média se localiza na região do arquipélago dos Açores, move-se em geral
para nordeste no verão e mais para sul no Inverno, conforme explicação do IPMA.
De acordo com as previsões feitas
a esta data, os próximos dias não serão mais quentes. – O IPMA, na sua previsão
mensal actualizada na quinta-feira, indica que na próxima semana - de 23 a 29
de Julho - há indicação de precipitação abaixo do normal e de temperatura
também abaixo do normal praticamente para todo o território. Na semana seguinte,
de 30 de Julho a 05 de Agosto, o panorama é semelhante, com a possibilidade de
formação de nevoeiro ou nebulosidade baixa junto à faixa costeira ocidental, e
que poderá também formar-se noutras regiões do território.
Relativamente à previsão
trimestral, actualizada na segunda-feira, a análise conjunta de vários modelos
feita pelo IPMA, a antevisão para o mês de Agosto é de "precipitação acima
do normal (5 a 10 mm) nas regiões do interior norte e centro e de temperatura
abaixo do normal (-0,5 a -0,25 °C) nas regiões do interior sul". Para Setembro,
um dos modelos matemáticos com base nos quais o IPMA faz as suas previsões, não
indica qualquer orientação de sobre se vai chover mais ou menos ou se a
temperatura vai subir ou descer, no entanto, outro modelo tem indicação de
temperatura abaixo do normal na região sul.
A meteorologista Sandra Correia
sublinha que "a previsão mensal corresponde a um produto em fase de
desenvolvimento e apresenta cenários em termos probabilísticos. A sua
utilização deve ser feita com reservas".
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Fonte: Expresso
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