Em menos de 48 horas, meios e
pessoal de combate a incêndios florestais de Portugal foram ou vão ser enviados
para dois cenários de operações de fogos florestais na Europa. Aos dois aviões
anfíbios médios que partiram terça-feira de Vila Real para a Suécia, juntam-se
50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB), conhecidos por “canarinhos”,
que esta quarta-feira chegam à Grécia.
“Esse pedido [de Atenas] foi
feito na segunda-feira ao final do dia pelo Governo grego. Fizemos uma
avaliação com grande urgência, compreendendo o nível dramático do que está a
acontecer na Grécia. Decidimos dentro de um quadro de emergência e dos nossos
recursos enviar, para já, cerca de 50 elementos dos FEB”, anunciou esta
terça-feira o titular da Administração Interna. Eduardo Cabrita falava na
partida da missão portuguesa para o combate aos fogos florestais na Suécia,
composta por oito elementos da Autoridade Nacional de Protecção Civil, dois
aviões médio anfíbios. Para este contingente, um C259 da Força Aérea Portuguesa
transporta 700 quilos de material.
Quanto ao apoio
à Grécia, o ministro sublinhou que a prioridade é de “apoio terrestre de
pessoal especializado” e que será feita uma avaliação diária “em função das
necessidades nacionais de meios disponíveis e da situação no terreno”. Esta
ajuda de Portugal, considerou Eduardo Cabrita, significa que o país “dotou-se
dos meios necessários para responder às necessidades do país” e para
disponibilizar meios no âmbito da solidariedade europeia, tal como recebeu em
2017.
O envio dos 50
“canarinhos” para combater os fogos florestais na Grécia recebeu o apoio da
Associação Nacional de Bombeiros Profissionais. “É uma demonstração de
excelência e do mérito da FEB”, considerou em comunicado aquela associação.
O Presidente da
República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República
enviaram mensagens de pesar aos seus homólogos helénicos pelas mortes e
devastação provocadas pelos incêndios. Também a Associação de Vítimas de Pedrógão
Grande manifestou terça-feira a sua solidariedade junto do embaixador da Grécia
em Lisboa.
Por seu lado, o
secretário de Estado da Protecção Civil garantiu esta terça-feira que apesar do
envio de dois meios aéreos para a Suécia “não haverá nenhum local do país que
fique desprotegido por esta ou aquela decisão”.
José Artur Neves
foi peremptório. “As projecções que temos até ao dia 31 [de Julho] permitem-nos
tomar a decisão de darmos esta ajuda à Suécia, avaliaremos em cada momento e
rapidamente também faremos voltar estes meios que em 48 horas estarão cá”,
salientou. O secretário de Estado adiantou que desde o início do ano, já foram
registados em Portugal seis mil fogos florestais.
“Todos os dias
temos incêndios, mas o dispositivo que temos no terreno, neste momento, com 56
meios aéreos, menos dois dá 54. Mesmo assim é mais do que aquilo que tivemos
nos últimos cinco anos que eram 48”, referiu Artur Neves.
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Fonte: PÚBLICO
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