quarta-feira, 27 de março de 2019

7166. Risco de incêndio está a ficar imprevisível

O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) diz que as alterações climáticas estão a fazer com que seja cada vez mais difícil prever com exactidão o risco de incêndio nas várias zonas do país. Em entrevista à TSF, Miguel Miranda refere que é verdade que as cartas de risco de incêndio que fizeram para este mês de Março já mostram várias situações de risco elevado e muito elevado, mas o panorama geral não é dramático. No entanto, o que está a acontecer é que "estamos a ter focos de incêndios significativos em zonas onde à partida nem sequer estamos a priori a admitir que o risco é muito grande, tendo em conta o passado".
"Quando estamos numa situação de mudança, como agora, temos sempre alguma dificuldade em adaptar-nos, e os fogos dos últimos dias são essencialmente preocupantes porque provavelmente estão a chamar-nos a atenção para mudar a forma de trabalhar e avaliar" o risco de incêndio, detalha o responsável do IPMA. Miguel Miranda diz que "é preciso admitir que não estamos a ser perfeitamente capazes de antever os impactos das situações". "Estamos num território não explorado, nunca passámos por isto, e somos um bocadinho como as crianças: temos de passar por aquilo que já vivemos para sermos capazes de o reconhecer."
O IPMA alerta que todo o cuidado é pouco com tantos meses sem chuva a cair de forma significativa desde Novembro. Miguel Miranda admite que está surpreendido, pois todas as previsões e situações que vão surgindo parecem novas – por exemplo, a persistência de falta de chuva durante longos períodos no Inverno e os seus efeitos na agricultura.
Nuno Guedes
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Fonte: TSF

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