Em 40 anos,
Portugal viu aumentar entre cinco a dez dias por década o número de dias muito
quentes, de grande desconforto térmico e com valores acima dos 35 graus Celsius
(Cº). A tendência, noticia o Diário de Notícias, é mais acentuada no norte e centro do
país, onde, por exemplo, Lisboa já ganhou mais seis semanas de verão nos
últimos 40 anos — mais 11 dias de verão por década.
Álvaro Silva,
climatologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
(IPMA), explica ao DN que os números “estão em linha com o que os modelos
climáticos já estimavam há 10 ou 15 anos”, isto é, uma subida da
temperatura e diminuição da precipitação. “Isto não é um sinal ténue,
é uma mudança de clima persistente e real”, sublinhou.
No total,
houve um aumento de 0,4ºC por década desde 1976, o que leva a uma
subida de 1,6ºC nos últimos 40 anos. Depois de Lisboa, Bragança é a cidade que
mais dias de verão ganhou nas últimas quatro décadas: 32 dias no total — mais
oito dias por década. As temperaturas mais elevadas foram registadas em 1997,
seguindo-se o ano de 2017. Foi, aliás, depois de 1990 que se registaram oito
anos com as temperaturas mais elevadas. No caso das temperaturas mínimas, o
aumento não foi tão visível, tendo registado mais 0,16 graus por década.
Outro fenómeno
das alterações climáticas em Portugal que está a levantar preocupação é a
diminuição da chuva. Os últimos 20 anos “foram particularmente pouco chuvosos,
com um decréscimo visível dos valores de precipitação nas últimas quatro
décadas”, informa o IPMA. Nos últimos 80 anos, a diminuição da precipitação foi
de 20 milímetros por década, num ritmo cada vez mais acentuado, o que faz
também com que os níveis de seca aumentem.
Ana Catarina Peixoto
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Fonte:
Observador
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