quarta-feira, 15 de outubro de 2008

2042. Buraco na camada de ozono está maior

O buraco na camada de ozono sobre a Antárctida já é maior do que em 2007, embora especialistas não acreditem que este ano irá atingir os níveis de 2006, quando foi observado o buraco de maiores proporções. A Organização Mundial de Meteorologia (OMM), ligada às Nações Unidas, aproveitou o Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozono para lançar novos alertas.
A 13 de Setembro de 2008, o buraco na camada de ozono estendia-se por 27 milhões de quilómetros quadrados, enquanto que em 2007 não tinha excedido os 25 milhões de quilómetros quadrados. A OMM frisa que os cientistas estão cada vez mais conscientes da possível relação entre a redução da camada de ozono e as alterações climatéricas.
“O aumento de gases com efeito de estufa na atmosfera vai levar a um aumento das temperaturas na troposfera e na superfície do globo, ao mesmo tempo que vai levar a um arrefecimento na estratosfera a altitudes onde encontramos a camada de ozono”, afirmou a OMM. Nos últimos anos, a descida das temperaturas na estratosfera durante o Inverno tem facilitado reacções químicas que destroem o ozono.
Geir Braathen, especialista da OMM, diz que, apesar do aumento do buraco na camada de ozono registado este ano, a longo prazo a situação deverá melhorar. “Em latitudes temperadas, onde vive a maioria da população do mundo, nós não acreditamos que a situação irá piorar, irá melhorar lentamente, mas nas zonas polares é mais grave e veremos estes valores de agora por mais 10 ou 20 anos”, sublinhou o especialista.
Em 2006, o buraco sobre a Antárctica registou valores recorde devido ao Inverno especialmente frio, atingindo uma superfície de 29,5 milhões de quilómetros quadrados, com uma perda na camada de ozono avaliada em 40 milhões de toneladas.
No Dia Internacional para a Protecção da Camada de Ozono, também os ambientalistas da Quercus aproveitaram para lançar um novo alerta, relativo à falta de tratamento dos gases dos aparelhos de frio (CFC) que ameaçam em grande escala a camada de ozono. "As estimativas indicam que continuam por tratar e a ser libertados para a atmosfera os CFC (clorofluorcarbonetos) da grande maioria dos frigoríficos, arcas congeladoras e aparelhos de ar condicionado velhos que são deitados fora todos os anos", afirmou à Lusa o presidente da Quercus, Hélder Spínola.
Segundo as contas da associação, anualmente chegam ao fim de vida equipamentos de frio contendo cerca de 150 toneladas de CFC, mas apenas 27 dessas toneladas acabam por ser tratadas. "A percentagem do que é tratado e não libertado na atmosféra é muito pequena, cerca de um sexto. Há várias razões, ou porque as câmaras que recolhem o equipamento velho o compactam e rebentam o invólucro onde está o gás, ou retiram as peças que não devem e os equipamentos chegam aos locais de tratamento já sem o gás", explicou Hélder Spínola.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Sem comentários: