segunda-feira, 13 de outubro de 2008

2041. Tempo prejudicou negócios na praia

Concessionários das praias de Gaia, que estrearam novos bares na época balnear, queixam-se que "o negócio foi crítico" e dizem-se preocupados para recuperar dinheiro investido: "Entre 120mil e 150 mil euros".
Um concessionário há 40 anos na praia do Senhor da Pedra, em Arcozelo, confessou, ao JN, que "o negócio foi, este ano, muito fraco". "Além do tempo não ter ajudado, a crise está instalada no país", acrescentou. Ainda assim, o comerciante foi peremptório ao afirmar que "foi dos melhores anos nas praias do Norte do país, porque muita gente não teve hipóteses de ir para o Algarve". A menos de 200 metros das antigas instalações, clandestinas, o concessionário fala com orgulho "da possibilidade de agora puder ter o estabelecimento aberto o ano inteiro", ainda que critique as longas filas "que se formam, durante o Verão, aos fins-de-semana só com pessoas que querem ir à casa de banho, mas que não consomem nada no bar".
Outro empresário, há dez anos na praia de Madalena Norte, também fala "de uma crise global" para explicar o mau negócio que fez durante o Verão. "Isto não está difícil, está dificílimo", frisou, salientando: "Não me lembro de haver noites de Agosto como as que passaram, onde as pessoas, com o frio, não conseguiam se quer tomar uma bebida na esplanada". A pensar na dívida que contraiu com o novo apoio de praia, tenta atrair mais público para o bar com as noites de karaoke à quarta-feira.
No entender do concessionário as coisas "até podiam melhorar se mudassem o período da época balnear". "Devíamos trabalhar de 1 de Junho a 31 de Agosto porque logo no início do Verão ainda apanhávamos muitas crianças das escolas, enquanto que até 15 de Setembro tenho de pagar aos nadadores-salvadores mesmo que não tenham trabalho", justificou.
Já um concessionário da praia de Miramar, com o bar rente à marginal, sente que o negócio podia ter "corrido melhor se houvesse mais lugares de estacionamento". Depois, "o tempo em Agosto também não ajudou e os portugueses têm pouco dinheiro", disse o comerciante que viu o negócio das barracas "muito enfraquecido".
Ambos os concessionários concordam que "não se justifica a praia estar aberta até meados de Setembro", sublinhando o "grande investimento" que todos os concessionários fizeram.
Marta Neves
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