sábado, 25 de fevereiro de 2012

3797. PORTUGAL CONTINENTAL: Falta de chuva a níveis críticos

Falta de chuva a níveis críticos - Portugal regista valores de precipitação próximos dos mínimos históricos alcançados na seca de 2004/2005. As previsões não são animadoras, e os dias de sol vão continuar pelo menos até 2 de Março. A falta de chuva leva a queda de produção de 80% de electricidade. Previsões do instituto britânico de meteorologia Met Office afastam a possibilidade de uma Primavera chuvosa.
Desde o mês de Outubro, e até quarta-feira, choveram em Portugal, 286 litros por metro quadrado, valor que coloca mais de metade do País em situação de seca extrema, de acordo com dados do Instituto da Água (INAG). Na seca de 2004/2005, apontada como a pior dos últimos 60 anos, em igual período choveram 257 litros por metro quadrado.
Os dois períodos apresentam muitas semelhanças. Em 2004, Outubro foi um mês chuvoso, mas, a partir daí, a precipitação desceu para um valor mínimo de sete litros por metro quadrado, registado em Janeiro. Neste Inverno, apenas Novembro foi chuvoso. Desde então os valores de precipitação desceram para níveis críticos. Este mês o registo é de três litros por metro quadrado.
A exemplo de 2005 há uma preocupação de reter a água nas barragens. Situação que leva a uma redução muito significativa de produção de electricidade: Em Janeiro houve uma quebra das hidroeléctricas de 73% face ao ano anterior. Este mês a quebra agravou-se para 80%, segundo dados da REN (Redes Energéticas Nacionais).
Em Março deverá chover no litoral, entre os dias 3 e 6, de acordo com o Meteo Online B.V.B.A., o maior serviço on-line de informações meteorológicas da Europa.
João Saramago (Fonte:
Correio da Manhã)
Falta de água em Bragança preocupa populações - Portugal está a braços com uma das secas mais graves de que há memória. Portugal está a entrar numa situação de seca extrema, a mais grave de todas. Neste momento 70 por cento do país encontra-se em seca severa, o segundo nível mais grave da escala. E 5% já está em seca extrema, o risco máximo. A ausência de chuva está a provocar prejuízos diários na agricultura; e há já mesmo casos no interior norte, onde começaram a ser os autotanques dos bombeiros a distribuir água. Mas nas aldeias de Bragança há dias em que a água já falta nas casas. (Fonte: TVI24)
Governo vai pedir em Março a Bruxelas mecanismos europeus de ajuda aos agricultores – O primeiro relatório sobre os prejuízos da seca será conhecido na próxima semana, disse hoje a ministra da Agricultura, que, no final de Março, vai pedir a Bruxelas a "hipótese" de accionar mecanismos europeus de apoio aos agricultores afectados. O Governo está a "sinalizar" a situação da seca em Portugal "junto de Bruxelas", onde, "mais para o final de Março", se reunirá o Conselho de Agricultura, no qual o Executivo vai "falar" sobre o assunto e "pedir já a hipótese de accionar mecanismos europeus, nomeadamente para antecipar ajudas" aos agricultores, disse Assunção Cristas.
Segundo a ministra, a 'task force' criada pelo Ministério da Agricultura para avaliar a situação da seca em Portugal está "a trabalhar intensamente para fazer o levantamento de tudo o que são os prejuízos já existentes e aqueles que previsivelmente ocorrerão". "Para a semana", adiantou, a 'task force' vai apresentar o primeiro relatório com o "retrato" dos prejuízos da seca em Portugal e "reunir com as organizações de agricultores para também trocar impressões com todos e já com o panorama do país mais explicado".
A ministra explicou ainda que o Governo precisa de "ter dados muito concretos" sobre os prejuízos causados pela seca, porque "não podemos simplesmente dizer a Bruxelas: não chove e temos prejuízos". "Temos que dizer onde é que eles estão, quais são em concreto e é esse trabalho de colher toda a informação objectiva e fidedigna que estamos a fazer", sublinhou.
Assunção Cristas revelou também que o Governo já pediu para "inscrever" a "explicação e a informação" sobre a situação da seca em Portugal nos "pontos de agenda" da próxima reunião do Conselho de Ambiente, que vai decorrer no dia 09 de Março em Bruxelas, ou seja, ainda antes do Conselho de Agricultura.
A ministra falava aos jornalistas no concelho de Serpa, no Baixo Alentejo, após ter efectuado a ligação de uma taberna à rede eléctrica nacional, no âmbito do projecto de electrificação rural da Serra de Serpa. Questionada sobre se o Governo admite decretar o estado de calamidade pública, a ministra disse que o Executivo precisa de "mais tempo", porque "é possível que chova e, se entretanto chover, as coisas podem-se alterar".
"A nossa preocupação é "ter a 'task force' a acompanhar e a monitorizar constantemente a situação e a fazer o levantamento do que já são os prejuízos existentes e daqueles que podem ocorrer se a situação se mantiver, para podermos em Bruxelas dar a informação fidedigna", disse. O Governo precisa de ter o primeiro relatório da 'task force' "com tudo bem explicado" e "até lá é prematuro" falar em estado de calamidade pública, frisou.
A ministra garantiu que o Governo está a "acompanhar" a situação, tem ouvido "as preocupações dos vários sectores" e "percebe a angústia de muitos agricultores", mas precisa de ter "os dados compilados" para poder "analisar a situação na sua totalidade". O Governo vai "continuar a monitorizar" a situação e pedir a Bruxelas "a flexibilização" do que "for possível", como das regras das medidas agro-ambientais, para poder responder às situações, disse. (Fonte: SIC)
Associação de Agricultores de Leiria quer declaração de calamidade pública – O presidente da Federação de Agricultores do Distrito de Leiria (FADL), António Ferraria, disse ontem, quinta-feira, à Lusa que a seca está “a arrasar os pastos e as culturas da região” e defendeu a declaração de calamidade pública. “A situação é péssima em todo o distrito. O trigo, a aveia e o trevo não conseguem vingar com a falta de água e com o frio e a geada”, explicou António Ferraria, defendendo que o Governo deveria pedir à União Europeia a declaração de calamidade pública.
O presidente da FADL adiantou que a ausência de pasto está a ter impacto nos custos de produção, uma vez que “as pessoas já estão a alimentar os animais com fenos e palhas que estavam guardadas para o próximo ano e a utilizar mais ração”. Uma situação preocupante, “porque a maior parte da palha já vem de fora: agora tem que se importar mais e o custo de produção vai ser muito difícil de suportar”, disse.
A seca está “a atingir fortemente culturas como os pomares, que podem ser encontrados em zonas como Porto de Mós, Leiria e na zona Oeste”, mas também “os produtos hortícolas”, com especial incidência no Vale do Lis, que ocupa um território entre Leiria e Marinha Grande. O próprio presidente da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis (ARBVL), Uziel Carvalho, disse à Lusa que, naquela zona, entre 30 a 40 por cento das culturas forrageiras – o pasto que serve para alimentar os animais – “estão comprometidas devido à seca”. Por outro lado, Uziel Carvalho frisou que, ao contrário de outros anos, a ARBVL já está “a fornecer água a alguns agricultores, algo que [habitualmente] só acontece em meados de Abril, às vezes em Maio”.
O responsável acrescentou que há registo de temperaturas de sete graus negativos no Vale do Lis. “Eu, que sou agricultor há mais de 30 anos, não tenho memória de tal coisa, sobretudo associado à seca”, afirmou o presidente da ARBVL, entidade que possui mais de 3.000 associados, entre os quais se contam cerca de 150 agricultores profissionais.
Sobre a situação registada no Vale do Lis, António Ferraria alertou para as culturas que ali têm forte presença, como o milho, que poderão estar também em perigo, “caso continue sem chover”. A FADL, afecta à Confederação Nacional de Agricultores, possui 2.000 mil associados no distrito de Leiria. (Fonte: Região de Leiria
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Falta de chuva agrava cenário de incêndios "fora de época" – O especialista em incêndios Francisco Castro Rego admitiu que, se continuarmos sem chuva, o cenário de fogos "fora de época" pode agravar-se e sugeriu a criação de uma comissão nacional para a seca.
"Os incêndios estão mais ligados à secura do que à temperatura. A falta de precipitação no inverno conduz a essa situação [fogos] e já há alguma área ardida nesta altura", disse Francisco Castro Rego à agência Lusa. Contudo, o professor no Instituto Superior de Agronomia frisou que as "noites estão mais frias e a humidade nocturna faz com os incêndios não passem de um dia para o outro e não atinjam as proporções dos incêndios no Verão".
Apesar de admitir que a "acumulação desta situação [falta de chuva] pode ser grave", o especialista considerou que "poderá ser interrompida por um período de chuva que apareça nas próximas semanas ou mês". "Mas se a situação perdurar, podemos ter uma primavera ou verão muito complicados", frisou
Francisco Rego Castro admitiu também que, se a seca se mantiver, poderá existir falta de água para o combate aos incêndios. "O consumo será a primeira prioridade, depois as culturas agrícolas. A ajuda aos combates dos incêndios fica complicada", afirmou. Para se mitigar os danos causados pela seca, o especialista defendeu que se deve criar uma comissão nacional para a seca, semelhante à criada em 2005, "quando foi registada a maior seca dos últimos 75 anos", e que teve "muito sucesso".
Por seu lado, o especialista em planificação e defesa do espaço rural contra incêndios, Pedro Cortes, disse à Lusa que os proprietários deviam "controlar as zonas de mato à volta das casas" numa tentativa de preservarem a sua habitação dos incêndios. "Também as autarquias e as juntas de freguesia deviam de ter uma acção mais estruturante em locais estratégicos para ajudar os combates aos incêndios", sugeriu.
Referindo-se ao "abandono enorme de terrenos", Pedro Cortes considerou que as autarquias se devem "substituir aos proprietários" e fazer "intervenções cirúrgicas em locais chave". "A prevenção faz-se reduzindo a perigosidade dos incêndios", recordou.
Nos últimos dias têm-se registado dezenas de incêndios no país.
(Fonte: DNOTICIAS.PT)

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