segunda-feira, 23 de outubro de 2006

549. Norte do país sem alerta de cheias

O Instituto de Meteorologia não consegue prever, num curto espaço de tempo, ou medir de imediato, quadros de períodos de chuva intensa, que podem provocar cheias rápidas ou inundações, na zona Norte do país. Isto porque aquela região «não está coberta» por um radar meteorológico, instrumento fundamental para a previsão e medição dos fenómenos de precipitação forte.
A falha foi admitida ao PortugalDiário pela meteorologista Ilda Novo, reconhecendo que «na zona Norte não há radar meteorológico, por isso está mal coberta». Aqueles equipamentos existem apenas em Lisboa e Faro. A zona norte do país continua à espera. «Está previsto um radar para o Norte, mas penso que ainda não foi instalado porque custa muito dinheiro», justifica Ilda Novo. Desta forma, o alerta de cheias rápidas ou inundações pode estar comprometido no Norte do país.
A avaliação de outros fenómenos meteorológicos, como é o caso de tornados também não está, neste caso, ao alcance do Instituto de Meteorologia. Foi o que aconteceu quando o Portugal Diário tentou confirmar a passagem de um tornado pela zona de Vila do Conde, ao início da manhã de quarta-feira.
O fenómeno foi avistado por Armando Cunha, que durante três anos trabalhou na estação meteorológica da Serra do Pilar, quando, de regresso a casa, circulava na A-28, na zona de Vila Chã. «Estava a conduzir quando reparo no meu lado direito, enquanto observava alguns relâmpagos que ocorriam no interior dessa mesma nuvem, um cone que começa a pender da nuvem, que se desenvolvia em direcção ao solo ou mar», relata Armando Cunha que, de imediato, pegou no telemóvel e fotografou o fenómeno. «Não tenho dúvidas de que era um tornado», garante.Os bombeiros de Vila do Conde asseguram, no entanto, que apesar de algumas «cargas de água», no local não se registaram quaisquer ocorrências.
Impedidos de estimar a intensidade da precipitação, os meteorologistas baseiam-se apenas «nos relatos das pessoas» que chegam ao Instituto. E no caso de Vila Conde, apoiada no relato considerado «credível» do ex-funcionário da estação meteorológica da Serra do Pilar, Ilda Novo aponta para a possibilidade de se ter tratado de uma tromba de água, uma vez que o fenómeno terá ocorrido no mar, não tendo chegado a terra. «Há uma situação de instabilidade que pode ter dado origem a esse fenómeno», remata a meteorologista.
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Fonte:
PortugalDiário

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