A relutância em elevar as
ambições para reduzir as emissões de gases do efeito estufa devido à crise económica
ameaça o avanço para uma limitação do aquecimento global, advertiram delegados
presentes às conversações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima
na Alemanha. As conversas em Bona, que acabaram em 25 de Maio, foram
programadas em parte para discutir formas de aumentar o nível de ambição sobre
os cortes. O agravamento da crise na zona do euro e a economia global
combalida, porém, têm aumentado a relutância para o compromisso com mais cortes
até o final da década, disseram delegados à Reuters.
Nas conversas climáticas da ONU
no ano passado em Durban, na África do Sul, os países concordaram em
desenvolver um novo protocolo, um instrumento legal ou um acordo legalmente
vinculativo até 2015 que seria aplicado a todas as partes de acordo com a
convenção climática da organização e entraria em vigor sem mais tardar em 2020.
Os países já concordaram em 2010 que têm de ser feitos profundos cortes nas
emissões de gases-estufa para manter o aumento da temperatura média global
abaixo de dois graus Célsius acima dos níveis pré-industriais deste século a
fim de evitar mais climas extremos, degelo dos glaciares, acidificação dos
oceanos e outros impactos danosos.
Até agora, no entanto, os
esforços para cortar as emissões não têm sido considerados suficientes para
conter uma subida acima dos dois graus célsius neste século. "O hiato da ambição
deve ser fechado...em Doha", disse Sai Navoti, principal negociador para a
Aliança dos Pequenos Estados Insulares, referindo-se a negociações programadas
para Novembro e Dezembro no Catar.
"O fracasso em fechar esse
hiato imediatamente levará a riscos significativos em diversos pontos e ao
aumento da temperatura média global acima dos 3,5 graus célsius",
acrescentou.
Em Novembro do ano passado, o
Programa Ambiental da ONU divulgou um relatório mostrando que o 'hiato' entre
as actuais promessas de corte nas emissões e o que é necessário para limitar o
aquecimento global está maior do que nunca, aumentando de 5 a 9 gigatoneladas de
CO2-equivalente em 2010 para 6 a
11 gigatoneladas em 2011.
Nina Chestney
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Fonte: swissinfo.ch
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