Segundo diversos centros de investigação australianos, as
temperaturas médias do continente subiram 0,75ºC desde 1910, e esse valor
pode aumentar entre 1ºC e 5ºC até 2070, principalmente por causa das alterações
climáticas causadas pelo homem.
Um novo estudo realizado por diversas universidades
australianas revelou que a região da Australásia está a passar pelos 60 anos
mais quentes do último milénio. A investigação, publicada no periódico Journal
of Climate, analisou dados de 27 indicadores climáticos, como anéis de árvores,
recifes de corais e fragmentos de glaciares e concluiu que há 95% de hipóteses
de os últimos 60 anos estarem a ser os mais quentes deste milénio no território
que engloba Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e algumas ilhas menores da
parte oriental da Indonésia.
Um dos pontos que os cientistas enfatizaram é que esse
aquecimento muito provavelmente não foi causado apenas por fenómenos naturais,
já que até 1850, antes da Era Industrial, as variações de temperatura eram
muito menores do que as que estão a ocorrer actualmente. “Os modelos mostraram
que antes de 1850 não houve nenhuma tendência a longo prazo e as variações de
temperatura provavelmente eram causadas pela variabilidade climática natural,
que é um processo aleatório”, comentou Steven Phipps, do Centro de Investigação
das Alterações Climáticas da Universidade de Nova Gales do Sul.
“Mas [o modelo mostrou que] o aquecimento do século XX
excede significativamente a amplitude da variabilidade climática natural e
demonstra que a experiência do recente aquecimento na Austrália não tem
precedentes dentro do contexto do último milénio, [...] sugerindo uma
influência na região australiana das alterações climáticas causadas pelo
homem”, observaram os investigadores. Segundo diversos centros de investigação
australianos, as temperaturas médias do continente subiram 0,75ºC desde 1910, e
esse valor pode aumentar entre 1ºC e 5ºC até 2070, principalmente por causa do
aumento das emissões antropogénicas.
Caso isso ocorra, os extremos climáticos devem tornar-se
mais frequentes na Austrália, o que pode aumentar o número de secas, enchentes
e chuvas mais intensas.
Artigo de Jéssica Lipinski
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Fonte: Esquerda Net
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